quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Joyeux Noël

Véspera de Natal
todos fazem compras,
movimentam-se.

Vingt-quatre Décembre
presentes ainda são comprados;
outros embrulhados
é aquela típica correria
que marca,
estressa,
mas faz parte da data.

A ceia é preparada
enquanto as crianças ainda ajeitam a árvore
ou a pioram.
A comida enfim vai saindo
e o cheiro da noite começa a ser de uma noite especial.
Noite da família,
noite do menino Jesus.

....  Noël; Joyeux Noël

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Tempo natalino

É tempo de férias, de celebrar
é tempo de festas, de comemorar;
é Natal!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Tempo que passa é passado Saudade?

Escrever sobre o amor é clichê, mesmo para aqueles que estão apaixonados. Este transforma-se em ódio, que não é bom de sentir; faz mal. Então evitando temas como esse resolvi divagar a respeito da saudade, essa palavra que é difícil de explicar, mas fácil de ser sentida; isto é, se você tem alguém (ou algo) a quem (ou ao qual) é apegado.
Sinto saudades do ontem, do agora e do depois.
Sinto saudades do passado e já do futuro.
Sinto saudades de cheiros, coisas e pessoas.
Sinto saudades, apenas isso.
Quando estava longe sentia falta do que estava aqui, das minhas origens, do meu aconchego. Agora estou aqui e vejo que muita coisa ficou por lá. Mas não só lá e sim por aí. Conversas espalhadas países afora, amigos que cresceram e tenho orgulho disso, muito. Dedico esse post a Bah e a Jeny, pessoas INCRÍVEIS que nunca imaginei conhecer, são verdadeiras irmãs que merecem muita sorte, sucesso e caminhos pela frente.
Carlos Drummond de Andrade resumiu em uma frase o que é esse sentimento ao dizer que "Sentimos saudade de certos momentos da nossa vida e de certas pessoas que passaram por ela".
Saiba que vocês (assim como tantos outros) fazem parte disso. Homenagem para as duas porque queria escrever, precisava de um tema e conversei um tempinho com a Bah hoje. Além do mais essa semana completei um ano de formatura com aquela turma odiada por uns e amada por nós mesmos!

Saudades!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Sem resposta

Meu clima é de dança,
minha alma é artista;
meu coração jornalista.

É uma questão inquestionável,
um apego desapegado.

Eu danço porque a música toca
meu corpo, meu ser evoca;
escrevo porque meu ser clama
pela livre expressão
traduzida em linhas incertas;
ou certas.

Sou jornalista e além disso artista.

domingo, 5 de dezembro de 2010

"Dançar é sentir, sentir é sofre, sofrer é amar... Tu amas, sofres e sentes. Dança!"

A frase acima foi dita pela bailarina Isadora DuncanTodo mundo admira um grupo de pessoas. Para uns são determinados artistas, a outros jogadores e por aí vai. Sabem nomes, histórias e conhecem o trabalho da pessoa. Minha geração em geral admira os artistas (atores, cineastas, músicos, ...) e jogadores. Enquanto isso contemplo outro grupo, o das bailarinas e bailarinos clássicos.

Existem vários tipos de bailarinas: as grandiosas, as polêmicas, as competidoras, as artísticas, as "fisicudas", as quietas, as disciplinadas, as sorridentes, as tristes, as camponesas, as rainhas, as soberanas, as humildes, as estrelas e as trabalhadoras. Certo, existem muito mais, cada uma é diferente da outra, possui uma qualidade, defeitos e diferente dedicação. E aí surgem-me dois nomes iniciais; Marianela Nuñez e Svetlana Zakharova.

A primeira é argentina e começou a dançar aos três. Atualmente é solista da Royal, namora o brasileiro Thiago Soares e é conhecida por sua grande técnica e apresentação cênica em seus papéis. É um dos tipos que tem sim uma condição física favorável a dança clássica, mas além de tudo é artista, grande, disciplinada, humilde e trabalhadora. Chegou onde está por esforço próprio e após passar por algumas escolas conhecidas, como o Teatro Cólon e o Ballet de Havana.

Zakharova já faz o estilo "classicão", ou seja, aquela pessoa que os bailarinos classificam que nasceu para a dança. Ela tem as linhas ideais para o ballet. Nascida na Ucrânia estudou na escola de ballet de Kiev, ingressou no Teatro Mariinsky em 1996 e transferiu-se para o Bolshoi Ballet em 2003. Hoje ela dança para o Bolshoi e algumas vezes contratada por outras companhias ao redor do mundo. É esforçada tanto quanto Marianela, mas talvez tenha uma contribuição maior do físico, não tem uma presença cênica ruim, é quieta, disciplinada e um exemplo de rainha, por exemplo.

Marianela, Zakharova. Zakharova, Marianela, ambas bailarinas de diferentes métodos clássicos, porém com grandes carreiras. O diferencial nas duas não é nada físico, é algo chamado talento que as duas tem e de sobra. Talento esse que é contemplado com o esforço das aulas diárias, ensaios, apresentações, dedicação e disciplina. Na verdade essas são algumas das muitas palavras que toda bailarina deveria compreender. Não basta calçar uma sapatilha e sentir as dores e calos que ela proporciona. Bailarino tem que trabalhar, raciocinar e executar, não pode ser "burro".

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Com aflito? Conflito!

Alguém ainda acredita que a humanidade não está um caos? Não bastassem as guerras do Oriente Médio, a miséria, e tanta desigualdade ainda lutamos contra a violência. O Brasil, especificamente tem índices alarmantes de criminalidade; por que não dizer que vivemos uma guerra civil? É a verdade. Policiais e traficantes trocam tiros diários em algum canto, balas perdidas são encontradas por inocentes que tantas vezes morrem injustamente. Em algum canto uns justificam a falta de recursos para tanto crime, outros empurram para a escolaridade. É mentira, entra-se nessa "vida errada" da mesma forma que seguimos outros caminhos. Somos nós que fazemos essa escolha. Concordo que oportunidades contribuem para isso, mas não decidem nada.
O Rio de Janeiro vive um momento de alerta com essas invasões. Até greve de ônibus incita violência aqui em nosso estado. Na capital, que teoricamente deveria ser protegida por conter tantos poderes, habita um misto de insegurança e uma onda de assaltos. É o jeito é mudar-me para Pasárgada, lá terei paz, sossego e estarei livre de balas encontradas, assaltantes e traficantes.

domingo, 21 de novembro de 2010

Quase vinte

É quase véspera de aniversário. Como primeiro presente roupa, segundo uma novidade: um pássaro, mas não é um qualquer e sim uma Calopsita. Isso mesmo, aquele bichinho que é adestrado muitas vezes e vive a passear solto por dentro de casa e em nossos ombros. É macho, ou seja, adotei Capitolino como nome; para os íntimos Capito.
Domingo a noite, passa segunda e chega terça. O dia dos vinte, o dia de mais um ano. Que venha então, mas junto com algo sábio, pois acho que é a maior segurança que temos ultimamente. Esse é um aniversário diferente, na faculdade, com namorado e após um tempo fora ... vamos encarar?

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Rotineiramente. Confortável cansaço

Todo final de ano é a mesma história, os mesmos personagens, as mesmas preocupações. Na escola eu era feliz, já teria passado e contaria os dias primeiro para o aniversário e depois para o Natal. Acontece que o tempo passa rápido, a gente cresce e nem vê; num minuto estava na 5ª série e ainda ontem iniciava na Ufes. E no intervalo entre um estudo e outro ainda houve o momento da arte, dança. Aos que pensam que cultura relaxa sinto informar que sobrecarrega. Descobri que o corpo cansa tanto quanto a mente. Trabalhamos com a mente o ano todo e no fim quanto mais precisamos dela a mesma insiste em se cansar mais rápida, mas não machuca ninguém. Entretanto as pernas ou braços doem numa frequência maior, pedem descanso, a sorte é que somos treinadas para isso o ano todo, sentir satisfação quando o maior cansaço aperta.
A mente distrai, o corpo relaxa, ambos pedem descanso. Mentira! Pura contestação, eles pedem férias é bem verdade, mas nessa época é simplesmente porque os acostumamos assim ano após ano. Condicionamento e acomodação essas são as palavras que nos levam a pensar que cansa mais. É bem verdade que em alguns casos há uma sobrecarga, principalmente quando seus professores resolvem passar todos os trabalhos importantes para o final do período, porém se fizemos coisas possíveis e impossíveis durante cerca de 4 meses o que são mais algumas semanas?
Relaxe, tome um banho gostoso, saia para as festinhas que puder e desfrute; você ainda está na faculdade. Poderia ser pior! Você poderia já ser um jornalista sem férias, finais de semana e feriados e o melhor: ganhando o mínimo para isso tudo. Acredite que provavelmente fará isso tudo e ainda com um sorriso porque jornalistas são assim, gostam do que fazem apenas pelo prazer da profissão. E seja na universidade ou em seu campo de trabalho repete-se que "todo final de ano é a mesma história, os mesmos personagens, as mesmas preocupações".

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Enredo

Deixe-me dançar, escrever e falar
quero me experessar.
Gritar bem alto, sorrir, movimentar
ser livre e solta
como um grão de areia que vai para tudo quanto é lugar
e cabe onde quiser.

Transformar rascunhos
manuscrever?
Não, em manuscrito
Eu quero dançar,
caneta e papel; palco
basta público a olhar.

sábado, 6 de novembro de 2010

Filosofias baratas

Tentar entender a vida é perder-se ainda mais no grande rolo que ela é. Nossos caminhos não são para serem analisados e sim percorridos. Não desperdice seu tempo fazendo o impossível sem tentar o possível primeiro; um passo por vez, um degrau a cada vitória e você chega lá. Respire, olhe para a frente e viva!


ps.: New York the dream is begining, go ahead!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Petite ballerine

4 anos - Acrópole

Todo mundo tem um sonho, uma luz, um desejo. A diferença é que alguns lutam por eles, arriscam-se, estudam, não medem esforçor para conseguir alcançar aquilo que foi traçado como meta. Muita gente se acomoda. Preferem pensar no que não perderam não tentando, sendo conformistas com o que possuem e não inconformados com o que poderiam ter. Outros sonham. Acordados, dormindo, caminhando, conversando. Vivem num mundo quase que paralelo ao real e imaginam a vida, a carreira, as aspirações e tudo o que seria possível ser feito. Essa última sou eu, prazer.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Fim da trilha

Consciência eleitoral!


Estou cansada dessa coisa chamada política. E não bastasse o primeiro turno com todas aquelas rodadas em que muitos falavam e poucos realmente diziam algo de produtivo, agora temos ainda o segundo. Todas as perguntas novamente, mas agora apenas dois candidatos. Enfrentamento direto, aquele que ambos evitaram durante toda campanha anterior ao 3 de outubro. Agora quem não tiver equilíbrio na corda bamba cai. Diversas questões, algumas interessantes outras nem tanto são perguntadas e nem sempre respondidas.
Palavras mal entendidas, combate direto, discursos que nem sempre eram o que o eleitor esperava ouvir. 2 min para responder são o suficiente para prometer muita coisa, só não sei se quatro anos de governo dão conta de muitas dessas propostas por vezes surreais. O governo atual prometeu uma série de coisas que não cumpriu em 8 anos, o anterior idem e assim a história do Brasil se faz; dívidas com a população.
Candidato para um lado, querido eleitor do outro. Momentaneamente até a Dilma tenta ser simpática após um grande puxão de orelha do mestre nesse quesito, o Lula, que conquistou e mantém seu eleitorado na base da dialética e da simpatia. Ele avisa a ex-ministra que esse é o caminho. E o Serra que hipoteticamente parece alienado a tantos assuntos de governos anteriores, não deveria para alguém com tanto estudo. Ignora assuntos de interesse do país como a corrupção. Acredito que seja um pré-requisito para a profissão porque o atual já demonstrou como fazer isso e muito bem.
O Brasil está doente e o problema é que não há ninguém para curar, hospital para tratar ou família para abrigar. O país tem déficit de candidatos e que infelizmente demonstram claramente não estarem preparados para comandar o território nacional. Votaremos no domingo com a missão de tentar escolher o "menos pior", e "seja lá o que Deus quiser" pelos próximos quatro anos.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Leve desespero

Tudo novamente se aperta. Fim de ano, provas, agitação; vem o Churrascom. Mas calma já vivi tudo isso e não foi somente no final da última etapa escolar. Estou na faculdade, a cada seis meses o conteúdo termina. Não há o conforto e tampouco a facilidade do ensino médio ou fundamental. Sou, porém, uma universitária, passei na faculdade; e federal!
Bate aquele desespero. É quase que um "tudo ou nada", "vai ou fica", um verdadeiro clichê. É o sentimento de muitos confessado por alguns, poucos. Tempo que não tem, que cria, encaixa. Os dias ficam sonolentos, as noites são dos e para os estudos e as aulas meras reflexões com os olhos cerrados. Estudar é para os fortes.



"O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência"
Paciência - Lenine

domingo, 24 de outubro de 2010

Apressadamente

Em meio ao caos da vida social
eu escrevo.
Quando tudo corre, a vida passa
eu danço.
O mundo parece desabar a passos rápidos; incertos
eu vivo.
Tudo gira, move e volta para o mesmo lugar
eu espero.

domingo, 17 de outubro de 2010

Começo do fim

Uma linha é tudo que eu preciso para começar e terminar.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

[5] - Final

...

Arrastado o dia que tinha tudo para ser grande chegou, mas junto com ele uma tristeza inconsolável, imbatível. A pobre menina só conseguia lembrar de Lina. Onde será que ela estaria? Seria feliz? Paparicada? Dúvidas surgiram assim como quando não sabia de que maneira pediria o presente aos pais. Lembrou daquele dia feliz, em que a imagem da boneca a fazia sorrir sem ter com o que; bastava lembrar-se daquele rosto perfeito digno de modelo.
Logo os convidados começaram a chegar. Timidamente. A festa começava às 18h e já havia passado da hora sem que a aniversariante estivesse presente. Sua mãe foi chamá-la no quarto e a encontrou chorando. Poucas vezes ela havia estado assim, era uma criança forte; até demais às vezes. Conversou com a filha e explicou que nem sempre as coisas aconteciam da maneira planejada. A vida era “uma caixinha de surpresas”.
O diálogo surtiu efeito e a menina desceu acompanhada da mãe para curtir sua festinha. Ao contrário da semana que parecia ter se arrastado, a noite tinha passadas rápidas como as de um velocista. O parabéns chegou e ela sabia que seria a despedida da sua infância e sem o desejo atendido. Em uníssono coro os amigos e familiares entoavam o ‘Parabéns pra você’ e ela sorria e acompanhava nas palmas. Ao término aproximou-se do bolo e antes que pudesse soprar a vela ouviu o Sávio gritar:

- Faz um pedido!

E todos retrucarem:

-É, o pedido.
Ela não acreditava muito nisso, mas entre pedido e realização existia um longo espaço. Fechou os olhos, tomou fôlego e pensou com a máxima força que alguém poderia realizar esta ação. Soprou as velas até as reservas de energia que estavam nela. E quando acabou só pode ouvir seus pais pedindo a palavra.
Os dois afirmavam o quanto ela era especial para eles e todos que a conheciam (seria mesmo?) e disseram que o maior sonho deles era fazê-la feliz. Com um sorriso no rosto e olhos brilhando sua mãe pegou uma caixa escondida embaixo da mesa e a entregou dizendo:

-Filha, sabemos o quanto este presente será importante em sua vida. Espero que possa amar tanto quanto nós te amamos.

Um beijo seguido da tradicional foto marcaram o momento e todos puderam voltar a comer e conversar enquanto esperavam o bolo ser servido. A menina não. Ela foi para um canto afoita e curiosa para descobrir o que tinha naquela embalagem. Rasgou os papéis que a cobriam com uma voracidade de quem está lutando contra o tempo e tal foi sua surpresa ao deparar-se com a boneca que tanto havia pedido. O choro foi inevitável.
Logo ela cresceu, pouco brincou com Lila, porém estaria presente o tempo todo em seu quarto. Veio o primeiro beijo e a informação foi confidenciada ao ser inanimado; o namorado que foi apresentado como se o brinquedo fosse gente; faculdade; trabalho; casamento; e, finalmente, os filhos.
Um dia ao arrumar suas coisas na prateleira sua menina a observava e de repente notou algo sempre presente e nunca reparado: a boneca. Ainda em pose imperial exibia o charme e ternura naqueles olhos negros grandes como bolas de gude. A dona do artefato começou a contar...

domingo, 10 de outubro de 2010

[4]

...


O mês passou mais rápido que a família previa e durante esse tempo muita coisa aconteceu. Seu pai havia sido promovido e por causa da melhoria de trabalho resolveu dar a filha uma festa. Avisou-a no jantar uma semana antes do aniversário e disse-lhe para chamar quem quisesse.

Na lista de convidados seus vizinhos e amigos da escola, menos o Sávio que era insuportável. Entretanto, acabou chamando-o de última hora ainda assim. Os dias correram como em uma maratona, os preparativos da comemoração ocupavam suas tardes antes gastas na casa dos avós que também a ajudavam. Entre uma coisa e outra havia a passada na loja e checagem de Lina, até que um dia cadê? A boneca havia desaparecido.

Com os olhos marejados de lágrimas procurou o vendedor, o mesmo que uma mês antes lhe oferecera ajuda; perguntou:

- O senhor sabe me informar onde está a boneca com cabelos e olhos castanhos que ficava aqui nesta seção? Acho que a mudaram de local porque não a encontro.

Ao que ele respondeu que se o brinquedo não estava ali é porque provavelmente já fora vendido. E concluiu dizendo que dias antes outras crianças haviam perguntado sobre a boneca.

Arrasada, a criança voltou para casa e, cabisbaixa, continuou os preparativos que cresciam à medida que a festa se aproximava. A mãe, que estava de férias, notou a tristeza da filha logo que esta chegou em casa e perguntou o que havia acontecido. Diante da explicação nada mais restou que o consolo e o oferecimento do colo que foi aceitado sem demora.

...

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

[3]

...

O fim da tarde chega; de forma lenta, quase que arrastada. Despediu-se da avó com pressa e correu para a rua. Coração na boca, loja a vista e... opa! Seus amigos da escola estavam reunidos em frente ao local. Como entrar lá sem ser questionada? Impossível. Sua visita precisaria aguardar até a próxima saída. Passou por ali com o olhar atento, cumprimentou a todos, inclusive o Sávio, um menino chato que só a chamava de criança e fazia de sua principal meta implicar com ela e entrou em casa; sem olhada alguma para a loja.
Os pais já haviam voltado do trabalho. Ela toma banho, coloca sua roupa da sorte (uma blusa verde de florzinha com um short jeans) e toma iniciativa e coragem para falar com a mãe. Aproveitando a distração do pai com a TV a menina falou o sonho de consumo para a mãe, omitindo a parte que seria seu ‘derradeiro capricho’. Como sempre maternal a mãezinha colocou a mesa e serviu seu maravilhoso jantar, lavou a louça e foi contar a história que fazia a criança dormir. Mal sabia a pequena que naquela mesma noite o pai ficaria ciente do presente e acharia graça, não por causa da boneca, mas sim devido ao temor da filha de confessar a ele o que ia querer de aniversário.

...

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

[2]

...

Na casa dos avós a inquietação era visível. Por três vezes vó Nina perguntou o motivo de tanta aflição. E a resposta era sempre a mesma:

- Não é nada não vó. Não precisa se preocupar.

Mas dona Nina sabia que a menina estava diferente. Talvez devesse alertar sua filha para prestar mais atenção na filha. Seriam as drogas? Não, no fundo ela tinha quase certeza que não. Sabia que sua netinha era muito esperta, além do mais diálogo era algo completamente aberto em sua casa. Havia educado seus filhos com muita conversa (e algumas palmadas, claro) e sabia que eles tinham transmitido aos netos o primor da educação.
Enquanto isso a imaginação da pré-adolescente era um turbilhão de idéias. Como pedir esse presente para os pais? Deveria ela avisar que seria a última infantilidade? Qual seria a reação deles? Quais as perguntas prováveis de serem feitas por todos? Dúvidas, dúvidas, dúvidas. Nenhuma resposta as questões; só o sentimento da posse do brinquedo. E enquanto questionava já imaginava-se a segurar Lina no colo, de forma suava, bem maternal. Ela seria sua filha eternamente e decidira passar até para sua criança, caso um dia tivesse uma.
As horas não passavam. Ainda era cedo para voltar pra casa, os pais ainda não estariam em casa. Trabalhavam todos os dias até o pôr-do-sol. Em sua cabeça repassava o trajeto até a casa no outro quarteirão. Estaria a loja ainda aberta quando voltasse? Se estivesse nada custaria passar lá e dar mais uma conferida na boneca.
Sentada no seu sofá preferido, assistindo a desenhos na televisão era só pensamentos. Nem as superpoderosas (seu desenho favorito) conseguiam acalma-la. Leu um livro, Poliana- seu predileto- e cogitou a começar um jogo do contente. Em sua impaciência infantil a imagem da boneca ia e vinha e ela já pensava em que roupas compraria. Seria sua filha até uma verdadeira. A hora do lanche se aproxima e logo já estaria atravessando a rua novamente.

...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Infanto-juvenil

A menina ganhou a boneca. Não uma qualquer, mas aquela que ela tanto havia pedido. Seu novo mimo tinha pele clara, cabelo ondulado tão escuro quanto os olhos, negros pontos a fitar o vazio. Era seu último brinquedo, ela decidira meses antes quando iniciou o trabalho de procura em busca do derradeiro capricho infantil. Reconheceu o alvo dias antes indo para a casa dos avós. Ela sabia que muito provavelmente não chegaria a brincar com o novo passatempo, ainda assim merecia seu último presente. Suas amigas já não tinham nada mais que lembrasse a infância, elas diziam que eram “coisas de criança”. O fato desconhecido era que todas ainda brincavam às escondidas no segredo do quarto; um sentimento de culpa da maturidade adquirida.

Naquele dia ensolarado de primavera ela atravessou a rua em busca da casa dos avós. Na mão um caderno de estudos que havia ganhado semanas antes, no olhar a fascinação da criança-estátua tão perfeita. Entrou na loja ainda a fita-la, o vendedor perguntou:

- Posso ajudar pequena?

Pequena? Aquela palavra a feriu. Será que ele não havia notado seu completo crescimento? Pequena! Quer dizer que ela ainda tinha o direito do brinquedo sem culpa. Felicidade.

O vendedor apático permanece observando o encanto da menina. Vendo que sobrava na cena, decidiu se retirar com a usual frase de que mesmo ausente poderia ajudar:

- Se precisar de algo estou logo ali.

Ela precisava, nada que no momento pudesse ser ajudado. Pegou o brinquedo com as mão incertas, trêmulas de emoção e decidiu ali seu nome, Lina, lembrava linda, combinava. Em seu colo ninava e acariciava aquele ser estático. Abraçou, beijou e jurou por um instante sentir o calor do objeto em seus braços. Tão pequenina e indefesa pensava enquanto instintivamente examinava cada parte da boneca, como se estivesse cuidando da saúde dela.

Tornou a guarda-la, não no lugar que havia tirado. Era medrosa, temia que outra criança a levasse; era única e sua. O pedido há tempos já estava formulado para seus pais. Escondeu-a atrás de todas as outras comuns, nenhuma parte do corpo a vista, uma prisão.

Saiu da loja mais feliz e segura com a culpa de ainda ser pequena já completamente esquecida. Assumiria sua infância até seu aniversário, faltava um mês.

...

Explicação

Os posts seguintes são de um conto que comecei a escrever e dividi por já apresentar um pouco mais de texto do que seria interessante colocar aqui. Acredito que postar partes dele a cada tempo ajudará um melhor compreendimento da história.

Espero que leiam!

domingo, 12 de setembro de 2010

Receita

Pensei, escrevi e apaguei. Não gostei do que estava na tela do computador; grande novidade, nunca aprovava. Recomecei o projeto, mas onde estavam as ideias? Teoricamente na cabeça que não parava de pensar que tudo daria uma história, mas na hora de fazer faltavam palavras. Na verdade sobrava somente o espaço para ser preenchido com as letras. Nova "luz", mais uma tentativa. Não adiantava, aquele não era dia de criação, nem todos eram. Largo o computador, lápis, borracha e papel a minha frente quem sabe não seria mais produtivo. Risca e apaga, escreve e rabisca por cima nada saia. Como fazer um texto sem contexto? Penso em virar dadaísta, sortear palavras no dicionário. Tentativa. Uma narrativa com mais sentido que as anteriores, vale anotar. E subitamente o pensamento de noticiar aquilo que não conseguia virar noticia. Enquanto as linhas ganham formas mais assuntos surgem e a fome aperta. Na falta do alimento uma nova receita, a do fazer escrita.

Ingredientes principais:
-Um local para escrever (preferência do escritor)
-Assunto que interessa a alguém
-Conhecimento do que vai noticiar
-Tempo indeterminado
-Paciência
-Palavras
-Pensamento
-Perseverança

Modo de fazer:
Em uma tigela junte o local para escrever com o assunto, conhecimento e as palavras. Misture tudo até virar uma massa de texto, não necessariamente com sentido e coloque para assar. Na panela coloque o tempo, a paciencia, o pensamento e a perseverança e misture até formar o recheio. O produto final estará pronto quando a consistência estiver a gosto de quem preparou. É uma receita que saboreamos de acordo com o paladar do cozinheiro.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Rotatividade

Felicidade resume-se em viver,
viver é o cotidiano.
Cotidiano nos lembra rotina
que culmina no estresse.
Estresse resulta em tratamento
que nos leva a paz, descanso e harmonia
nos trazem de volta a vida e, consequentemente, felicidade.

sábado, 4 de setembro de 2010

fora da rotina

são as surpresas que movem a vida; boas ou ruins. Surpresa!

domingo, 29 de agosto de 2010

Sem respostas?

Não pergunte-me por que, em que ou com que.
Não pergunte-me como.
Sem perguntas estranhas.
Sem respostas medonhas.

Não pergunte-me se vou, fico ou saio.
Não pergunte-me onde
ou ficarei calado.

Não pergunte-me nada
que eu não saiba responder.
Pergunte-me tudo que eu não queira dizer.

domingo, 22 de agosto de 2010

Feições

Sorri. Apenas por saber que um sorriso bastava, alegrava uma manhã, transformava humores e ainda fazia os outros mais felizes. Mesmo triste, com mil coisas a serem feitas ou mais enrolada que cobertos lembrei que o sorriso era reconfortante e sorri. Não que seja uma daquelas pessoas com um sempre presente bom-humor, pelo contrário, muitas vezes de bom ele não tem nada, mas o que custa sorrir? E de repente a irritação passa, o preto torna-se branco e as rugas milagrosamente quase que desaparecem. Feições brandas, coração calmo, sorri.


...

domingo, 15 de agosto de 2010

Luzes, câmeras e imaginação



Fui uma criança com uma tremenda imaginação. Talvez isso sejam culpa dos livros ou das fábulas infantis que eu devorava mais que o almoço de cada dia; talvez seja simplesmente culpa dos filmes que sempre gostei de assistir. Não sei, a única certeza que tenho é que eu viajava e sonhava que realmente poderia viver aquela ficção na realidade.
Eram diversos tipos de filmes, mas os mais divertidos eram sempre os de espiões ou de investigação. Bastava então imaginar o enredo, arranjar objetos que pudessem fazer parte da narrativa e brincar. Eu tinha inclusive um caderinho de anotações no qual anotava tudo que acontecia na minha rua. Cadeira a postos, caneta e agenda de anotações e ali passava a tarde ou o tempo que me fosse permitido brincar e imaginar até a hora que vovó chamasse para ir ao ballet.
Assisti Xuxa quando ela tinha bons programas (ao menos para mim o Xuxa Park era atração), Angélica com Bambuluá, como novela era assídua de Chiquititas, escutei Sandy&Junior, dancei É o Tchan, assistia ao desenho do touro Ferdinando que era um touro diferente dos demais e tinha praticamente todos os filmes da Disney.
E de repente eu voltava a ser a Izabelly, uma menina comum, assim como os espiões com suas identidades secretas. Eu tive infância, e uma infância saudável vivida até o último instante; não, eu ainda tenho infância. A aparente alienação e criação de um mundo paralelo já não existem mais, o mundo é a realidade e por mais utópico e imaginário que seja o desejo agora é que ele vire realidade.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Bem-vindo a capital

Brasília, como qualquer outra cidade, tem seus encantos e desencantos. É uma cidade limpa nas ruas, ainda mais para quem sai de Vila Velha e está acostumado a sujeira, e suja nas paredes. As pichações de gangues dominam ao longo da W3, principal avenida das asas do avião que antigamente abrigava as melhores lojas e grifes presentes em BSB.

Entretando, o que há de brilhante e conservado em relação às vias e monumentos públicos tem de seco. Umidade? Certamente é algo inexistente no cerrado. Desista de ter nariz, fôlego, respirar um ar leve ou mesmo de conseguir ter uma pele macia.

Possui, também, uma organização por vezes irritante. Os endereços são numerados, tudo é separado por setores: moradias, comério, clubes, hospitais, bancos. Isto torna a utilização do automóvel quase que indispensável, considerando que os setores não são necessariamente perto uns dos outros.

Mesmo tão longe e em uma cidade planejada é possível identificar semelhança com a nossa. A ponte JK, por exemplo, um dos monumentos de Brasília, possui os mesmos moldes da ponte que liga a Reta da Penha a Avenida Fernando Ferrari na capital. Em comum vale destacar a insegurança presente nos dois locais, lá e aqui.

Apesar de planejada, Brasília cresceu além do que Juscelino esperou há 50 anos, o que levou ao aumento exponencial das chamadas cidades satélites, ou seja, os novos locais criados para abrigar uma massa de pessoas que migraram para Brasília e que instalaram-se ao redor do "avião".
Essas novas localidades apresentam tudo e por isso constituem novas cidades, mas ainda se encontram ligadas à capital devido à oferta de empregos e ao lazer.

BSB proporcionou surpresas como maifestação em shopping e concentração destes em número espantoso na cidade, falta de chuva, descaso dos nossos representantes na câmara dos senadores e deputados, entre outras.
Para quem não conhecia o centro de poder do país posso dizer que gostei do "passeio", não era exatamente como imaginava, e pelo tempo que estive lá continuo a afirmas que nada é comparável a sua cidade natal, mesmo que ela tenha diversos problemas.

sábado, 17 de julho de 2010

Hora final

Então chegou a hora, sapatilhas a postos e vamos dançar.
Sequência decorada, 1ª fase
angústia, aflição, espera, tudo faz parte.
A questão é não ter drama; enfrentar.

Chega a hora, divisão
expectativa, banca e uma sala que não é das melhores, tudo bate
A questão é não ter drama; enfrentar.


Postagem feita após a primeira semana no seminário, as vésperas da 1ª fase eliminatória! UFA!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Desabafo 2!

Acho realmente muito engraçado ano de eleições. Não gosto de votar, assumo. Sou recriminada porque afinal é o futuro do nosso país e conversinha tal, mas falando sério qual candidato que realmente cumpriu com suas promessas eleitorais ultimamente? É simples assim: eles prometem, você elege e tudo é esquecido em um verdadeiro ciclo sem fim.

Acho realmente muito engraçado ano de eleições. Candidatos alegres, sorridentes enquanto a campanha durar. Acessíveis a nós, eleitores, simpatias em pessoas. Comícios, festas, passeatas e até caminhadas em lugares inimagináveis e que eles nunca voltarão ou iriam lá caso não fossem eleições. É tudo uma questão de voto.

Acho realmente muito engraçado ano de eleições. Sufrágio universal para maiores de 18 anos; voto obrigatório dos 18 aos 65 e optativo nos 16 ou 17 anos e acima de 65. Uma avalanche de candidatos, a maioria sem propostas reais, que possam ao menos tentar ser aplicadas caso sejam eleitos. Os mais "populares" que prometem mundos e fundos e sempre que eleitos no primeiro dia que assumem o cargo desculpam-se diante da nação pela impossibilidade do cumprimento de seus ideais. Políticos que ano após ano abordam os mesmos temas, dão as mesmas soluções, apontam os mesmos defeitos e fazem tudo EXATAMENTE igual.

Acho realmente muito engraçado ano de eleições. E todo esse borburinho brasileiro de acreditar que o candidato realmente quer o melhor para você.

Acho realmente muito engraçado ano de eleições. E desse ano não escapo, votarei (com o máximo de consciência possível) e espero não mais que as promessas sejam cumpridas, de agora espero apenas uma coisa: menos corrupção!

domingo, 4 de julho de 2010

Pressa proibida

Proibido dormir, viver, sonhar
com um futuro que não seja o amanhã
porque o tempo é curto e cada segundo conta
como um a menos no trabalho que resta.
Proibido falar, comer e respirar;
só não é proibido amar.

sábado, 26 de junho de 2010

Questões urbanas

Em uma tarde ensolarada, mas não muito quente, no inverno de algum ano (que se ainda não ficou estará perdido em breve), havia uma mulher e sua filha que precisavam resolver questões fora de casa.

Almoçaram, se arrumaram e partiram a fim de solucionar algumas questões e voltar para casa; a filha ainda teria outros compromissos naquele dia. Ao estacionarem no local desejado saltaram, fecharam o carro e rumaram ao local escolhido. Poucos instantes depois, após todas as pendências solucionadas voltaram para o local em que o automóvel estava estacionado. A mãe aperta o alarme do carro e a filha grita "manhê" já um pouco afastada.

Não era sequestro, não era assalto e nenhuma grande tragédia. Era simplesmente uma questão de humor. A mãe havia aberto a porta do carro, só havia um problema: o carro não era o dela! Dentro dele, sentada, uma desconhecida falava ao celular. Imagine a surpresa. Quieta e pasmática ela fechou a porta e apressadamente dirigiu-se ao auto a sua frente que era o seu. Abriu e sentou-se, pasma ainda. A filha estava contorcida de tanto rir da cena.

A história rendeu boas gargalhadas e vai ser comentada ainda por breve tempo, porque foi algo totalmente incomum que mamãe protagonizou!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Caminhada


Entre caminhos certos prefiros os incertos.

domingo, 13 de junho de 2010

Dia de diversão

Domingo pela manhã, dia de ir a banca de revistas, comprar histórias em quadrinhos da Mônica, Cascão, Magali e Cebolinha. Chico Bento não, ele fala errado!



- Mas manhê, o Cebolinha também fala.



- Só que o Cebolinha só troca o R pelo L. Isso você já aprendeu a diferenciar, não é mesmo?



Domingo pela manhã, dia de ler umas duas ou três revistinhas na banca enquanto mamãe escolhe as dela e ler as que foram compradas no caminho para casa. E foi assim que um dia surgiu algo curioso que chamou atenção. A Mônica queria encontrar a felicidade e ouviu que para ser feliz bastavam três coisas: plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho.



Imediatamente ela plantou uma árvore, começou a escrever seu livro (sendo sempre atrapalhada pelos planos infalíveis do Cebolinha) e falou que o filho deixaria para mais tarde. Como leiga no assunto aquilo me levou a uma profunda indagação. Eu não era feliz. Nunca havia plantado sozinha uma árvore, nem escrito um livro e minhas filhas eram as bonecas. Desesperadamente corri a colocar caroço de feijão no algodão e jogar caroço de pitanga na terra para ver se algo brotava. Logo passei a outra tarefa; a do livro. Produzia em série, um após o outro, cada qual maior que o anterior (o maior nunca passou da quarta página). Aquele era o auge para mim, considerava-me já uma renomada escritora. Os filhos eu considerei as bonecas e pensei que quando fosse maior eu compensava.

Eu era feliz e com um doce sabor da infância.

Agora aos domingos de manhã eu lembro de tudo que fazia, mas já não tem o mesmo sabor que tinha quando eu era criança.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

desabafo

... esperei.

Se tem uma coisa que eu detesto como bailarina é o verbo esperar. Espero a hora do ensaio, espero a minha vez de ensaiar, espero o momento de entrar no palco e espero a minha vez de dançar. Esperarei. Existem mais alguns verbos marcantes em bons ou péssimos sentidos no ballet, mas o tal do esperar é cruel. E mesmo em relação a este verbo existe um momento que é a pior hora da espera ... o palco. Não tem coisa pior que você, bailarino (a), que aguarda anciosamente sua vez de dançar, esperar.
Apesar de tudo faz parte aguardar, aquecer, dançar, emocionar, acertar, errar, falhar, vibrar, torcer, amar, sentir, interpretar, encantar, voar, aplaudir, agradecer e realizar tudo aquilo que quem dança sabe que é rotina, assim como o verbo esperar.

... esperei. E continuarei esperando o tempo que for preciso; eu quero dançar!

domingo, 30 de maio de 2010

Eu sobrevivi!

Para os que viram muitas coisas,
esqueçam;
os que não lembram de nada,
informem-se (ou não);
aos que trabalharam,
descansem;
e aqueles que não viram, ouviram ou souberam de algo,
em que calourada estavam?

Parabéns aos organizadores, trabalhadores e participantes do ChurrasCOM 2010/1, arrazaram; apenas!

domingo, 23 de maio de 2010

Bailado de letras

Que me perdoe Margot Fointeyn, Mikhail Baryshnikov, Machado de Assis, Drummond, Cecília Meireles e tantos outros e outras que influenciaram a dança e a literatura, mas temos que concordar que palavras dançam e gestos escrevem. Como bailarina preciso ler e interpretar através dos gestos e expressões, auxiliada pela música. Como leitora necessito sentir e deixar que palavras movam-se através do imaginário. A dança e a escrita são artes presentes nos palcos e nos livros. Se para o bailarino o palco é a plena realização, o escritor é contemplado com o livro que nada mais é que sua forma de transmitir o espetáculo.

Esse foi meu pensamento para a ideia do blog. Tanto para o título, quando o endereço dirigem-se ao movimento de palavras e escrita dos passos. É uma tentativa de aliar duas paixões que, para mim, se aliam e me levam a querer continuar vivendo ambos. Jornalista ou bailarina? Eu prefiro ser os dois; "posso ser o que quiser, eu danço".