domingo, 29 de agosto de 2010

Sem respostas?

Não pergunte-me por que, em que ou com que.
Não pergunte-me como.
Sem perguntas estranhas.
Sem respostas medonhas.

Não pergunte-me se vou, fico ou saio.
Não pergunte-me onde
ou ficarei calado.

Não pergunte-me nada
que eu não saiba responder.
Pergunte-me tudo que eu não queira dizer.

domingo, 22 de agosto de 2010

Feições

Sorri. Apenas por saber que um sorriso bastava, alegrava uma manhã, transformava humores e ainda fazia os outros mais felizes. Mesmo triste, com mil coisas a serem feitas ou mais enrolada que cobertos lembrei que o sorriso era reconfortante e sorri. Não que seja uma daquelas pessoas com um sempre presente bom-humor, pelo contrário, muitas vezes de bom ele não tem nada, mas o que custa sorrir? E de repente a irritação passa, o preto torna-se branco e as rugas milagrosamente quase que desaparecem. Feições brandas, coração calmo, sorri.


...

domingo, 15 de agosto de 2010

Luzes, câmeras e imaginação



Fui uma criança com uma tremenda imaginação. Talvez isso sejam culpa dos livros ou das fábulas infantis que eu devorava mais que o almoço de cada dia; talvez seja simplesmente culpa dos filmes que sempre gostei de assistir. Não sei, a única certeza que tenho é que eu viajava e sonhava que realmente poderia viver aquela ficção na realidade.
Eram diversos tipos de filmes, mas os mais divertidos eram sempre os de espiões ou de investigação. Bastava então imaginar o enredo, arranjar objetos que pudessem fazer parte da narrativa e brincar. Eu tinha inclusive um caderinho de anotações no qual anotava tudo que acontecia na minha rua. Cadeira a postos, caneta e agenda de anotações e ali passava a tarde ou o tempo que me fosse permitido brincar e imaginar até a hora que vovó chamasse para ir ao ballet.
Assisti Xuxa quando ela tinha bons programas (ao menos para mim o Xuxa Park era atração), Angélica com Bambuluá, como novela era assídua de Chiquititas, escutei Sandy&Junior, dancei É o Tchan, assistia ao desenho do touro Ferdinando que era um touro diferente dos demais e tinha praticamente todos os filmes da Disney.
E de repente eu voltava a ser a Izabelly, uma menina comum, assim como os espiões com suas identidades secretas. Eu tive infância, e uma infância saudável vivida até o último instante; não, eu ainda tenho infância. A aparente alienação e criação de um mundo paralelo já não existem mais, o mundo é a realidade e por mais utópico e imaginário que seja o desejo agora é que ele vire realidade.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Bem-vindo a capital

Brasília, como qualquer outra cidade, tem seus encantos e desencantos. É uma cidade limpa nas ruas, ainda mais para quem sai de Vila Velha e está acostumado a sujeira, e suja nas paredes. As pichações de gangues dominam ao longo da W3, principal avenida das asas do avião que antigamente abrigava as melhores lojas e grifes presentes em BSB.

Entretando, o que há de brilhante e conservado em relação às vias e monumentos públicos tem de seco. Umidade? Certamente é algo inexistente no cerrado. Desista de ter nariz, fôlego, respirar um ar leve ou mesmo de conseguir ter uma pele macia.

Possui, também, uma organização por vezes irritante. Os endereços são numerados, tudo é separado por setores: moradias, comério, clubes, hospitais, bancos. Isto torna a utilização do automóvel quase que indispensável, considerando que os setores não são necessariamente perto uns dos outros.

Mesmo tão longe e em uma cidade planejada é possível identificar semelhança com a nossa. A ponte JK, por exemplo, um dos monumentos de Brasília, possui os mesmos moldes da ponte que liga a Reta da Penha a Avenida Fernando Ferrari na capital. Em comum vale destacar a insegurança presente nos dois locais, lá e aqui.

Apesar de planejada, Brasília cresceu além do que Juscelino esperou há 50 anos, o que levou ao aumento exponencial das chamadas cidades satélites, ou seja, os novos locais criados para abrigar uma massa de pessoas que migraram para Brasília e que instalaram-se ao redor do "avião".
Essas novas localidades apresentam tudo e por isso constituem novas cidades, mas ainda se encontram ligadas à capital devido à oferta de empregos e ao lazer.

BSB proporcionou surpresas como maifestação em shopping e concentração destes em número espantoso na cidade, falta de chuva, descaso dos nossos representantes na câmara dos senadores e deputados, entre outras.
Para quem não conhecia o centro de poder do país posso dizer que gostei do "passeio", não era exatamente como imaginava, e pelo tempo que estive lá continuo a afirmas que nada é comparável a sua cidade natal, mesmo que ela tenha diversos problemas.