sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Fim da trilha

Consciência eleitoral!


Estou cansada dessa coisa chamada política. E não bastasse o primeiro turno com todas aquelas rodadas em que muitos falavam e poucos realmente diziam algo de produtivo, agora temos ainda o segundo. Todas as perguntas novamente, mas agora apenas dois candidatos. Enfrentamento direto, aquele que ambos evitaram durante toda campanha anterior ao 3 de outubro. Agora quem não tiver equilíbrio na corda bamba cai. Diversas questões, algumas interessantes outras nem tanto são perguntadas e nem sempre respondidas.
Palavras mal entendidas, combate direto, discursos que nem sempre eram o que o eleitor esperava ouvir. 2 min para responder são o suficiente para prometer muita coisa, só não sei se quatro anos de governo dão conta de muitas dessas propostas por vezes surreais. O governo atual prometeu uma série de coisas que não cumpriu em 8 anos, o anterior idem e assim a história do Brasil se faz; dívidas com a população.
Candidato para um lado, querido eleitor do outro. Momentaneamente até a Dilma tenta ser simpática após um grande puxão de orelha do mestre nesse quesito, o Lula, que conquistou e mantém seu eleitorado na base da dialética e da simpatia. Ele avisa a ex-ministra que esse é o caminho. E o Serra que hipoteticamente parece alienado a tantos assuntos de governos anteriores, não deveria para alguém com tanto estudo. Ignora assuntos de interesse do país como a corrupção. Acredito que seja um pré-requisito para a profissão porque o atual já demonstrou como fazer isso e muito bem.
O Brasil está doente e o problema é que não há ninguém para curar, hospital para tratar ou família para abrigar. O país tem déficit de candidatos e que infelizmente demonstram claramente não estarem preparados para comandar o território nacional. Votaremos no domingo com a missão de tentar escolher o "menos pior", e "seja lá o que Deus quiser" pelos próximos quatro anos.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Leve desespero

Tudo novamente se aperta. Fim de ano, provas, agitação; vem o Churrascom. Mas calma já vivi tudo isso e não foi somente no final da última etapa escolar. Estou na faculdade, a cada seis meses o conteúdo termina. Não há o conforto e tampouco a facilidade do ensino médio ou fundamental. Sou, porém, uma universitária, passei na faculdade; e federal!
Bate aquele desespero. É quase que um "tudo ou nada", "vai ou fica", um verdadeiro clichê. É o sentimento de muitos confessado por alguns, poucos. Tempo que não tem, que cria, encaixa. Os dias ficam sonolentos, as noites são dos e para os estudos e as aulas meras reflexões com os olhos cerrados. Estudar é para os fortes.



"O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência"
Paciência - Lenine

domingo, 24 de outubro de 2010

Apressadamente

Em meio ao caos da vida social
eu escrevo.
Quando tudo corre, a vida passa
eu danço.
O mundo parece desabar a passos rápidos; incertos
eu vivo.
Tudo gira, move e volta para o mesmo lugar
eu espero.

domingo, 17 de outubro de 2010

Começo do fim

Uma linha é tudo que eu preciso para começar e terminar.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

[5] - Final

...

Arrastado o dia que tinha tudo para ser grande chegou, mas junto com ele uma tristeza inconsolável, imbatível. A pobre menina só conseguia lembrar de Lina. Onde será que ela estaria? Seria feliz? Paparicada? Dúvidas surgiram assim como quando não sabia de que maneira pediria o presente aos pais. Lembrou daquele dia feliz, em que a imagem da boneca a fazia sorrir sem ter com o que; bastava lembrar-se daquele rosto perfeito digno de modelo.
Logo os convidados começaram a chegar. Timidamente. A festa começava às 18h e já havia passado da hora sem que a aniversariante estivesse presente. Sua mãe foi chamá-la no quarto e a encontrou chorando. Poucas vezes ela havia estado assim, era uma criança forte; até demais às vezes. Conversou com a filha e explicou que nem sempre as coisas aconteciam da maneira planejada. A vida era “uma caixinha de surpresas”.
O diálogo surtiu efeito e a menina desceu acompanhada da mãe para curtir sua festinha. Ao contrário da semana que parecia ter se arrastado, a noite tinha passadas rápidas como as de um velocista. O parabéns chegou e ela sabia que seria a despedida da sua infância e sem o desejo atendido. Em uníssono coro os amigos e familiares entoavam o ‘Parabéns pra você’ e ela sorria e acompanhava nas palmas. Ao término aproximou-se do bolo e antes que pudesse soprar a vela ouviu o Sávio gritar:

- Faz um pedido!

E todos retrucarem:

-É, o pedido.
Ela não acreditava muito nisso, mas entre pedido e realização existia um longo espaço. Fechou os olhos, tomou fôlego e pensou com a máxima força que alguém poderia realizar esta ação. Soprou as velas até as reservas de energia que estavam nela. E quando acabou só pode ouvir seus pais pedindo a palavra.
Os dois afirmavam o quanto ela era especial para eles e todos que a conheciam (seria mesmo?) e disseram que o maior sonho deles era fazê-la feliz. Com um sorriso no rosto e olhos brilhando sua mãe pegou uma caixa escondida embaixo da mesa e a entregou dizendo:

-Filha, sabemos o quanto este presente será importante em sua vida. Espero que possa amar tanto quanto nós te amamos.

Um beijo seguido da tradicional foto marcaram o momento e todos puderam voltar a comer e conversar enquanto esperavam o bolo ser servido. A menina não. Ela foi para um canto afoita e curiosa para descobrir o que tinha naquela embalagem. Rasgou os papéis que a cobriam com uma voracidade de quem está lutando contra o tempo e tal foi sua surpresa ao deparar-se com a boneca que tanto havia pedido. O choro foi inevitável.
Logo ela cresceu, pouco brincou com Lila, porém estaria presente o tempo todo em seu quarto. Veio o primeiro beijo e a informação foi confidenciada ao ser inanimado; o namorado que foi apresentado como se o brinquedo fosse gente; faculdade; trabalho; casamento; e, finalmente, os filhos.
Um dia ao arrumar suas coisas na prateleira sua menina a observava e de repente notou algo sempre presente e nunca reparado: a boneca. Ainda em pose imperial exibia o charme e ternura naqueles olhos negros grandes como bolas de gude. A dona do artefato começou a contar...

domingo, 10 de outubro de 2010

[4]

...


O mês passou mais rápido que a família previa e durante esse tempo muita coisa aconteceu. Seu pai havia sido promovido e por causa da melhoria de trabalho resolveu dar a filha uma festa. Avisou-a no jantar uma semana antes do aniversário e disse-lhe para chamar quem quisesse.

Na lista de convidados seus vizinhos e amigos da escola, menos o Sávio que era insuportável. Entretanto, acabou chamando-o de última hora ainda assim. Os dias correram como em uma maratona, os preparativos da comemoração ocupavam suas tardes antes gastas na casa dos avós que também a ajudavam. Entre uma coisa e outra havia a passada na loja e checagem de Lina, até que um dia cadê? A boneca havia desaparecido.

Com os olhos marejados de lágrimas procurou o vendedor, o mesmo que uma mês antes lhe oferecera ajuda; perguntou:

- O senhor sabe me informar onde está a boneca com cabelos e olhos castanhos que ficava aqui nesta seção? Acho que a mudaram de local porque não a encontro.

Ao que ele respondeu que se o brinquedo não estava ali é porque provavelmente já fora vendido. E concluiu dizendo que dias antes outras crianças haviam perguntado sobre a boneca.

Arrasada, a criança voltou para casa e, cabisbaixa, continuou os preparativos que cresciam à medida que a festa se aproximava. A mãe, que estava de férias, notou a tristeza da filha logo que esta chegou em casa e perguntou o que havia acontecido. Diante da explicação nada mais restou que o consolo e o oferecimento do colo que foi aceitado sem demora.

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quinta-feira, 7 de outubro de 2010

[3]

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O fim da tarde chega; de forma lenta, quase que arrastada. Despediu-se da avó com pressa e correu para a rua. Coração na boca, loja a vista e... opa! Seus amigos da escola estavam reunidos em frente ao local. Como entrar lá sem ser questionada? Impossível. Sua visita precisaria aguardar até a próxima saída. Passou por ali com o olhar atento, cumprimentou a todos, inclusive o Sávio, um menino chato que só a chamava de criança e fazia de sua principal meta implicar com ela e entrou em casa; sem olhada alguma para a loja.
Os pais já haviam voltado do trabalho. Ela toma banho, coloca sua roupa da sorte (uma blusa verde de florzinha com um short jeans) e toma iniciativa e coragem para falar com a mãe. Aproveitando a distração do pai com a TV a menina falou o sonho de consumo para a mãe, omitindo a parte que seria seu ‘derradeiro capricho’. Como sempre maternal a mãezinha colocou a mesa e serviu seu maravilhoso jantar, lavou a louça e foi contar a história que fazia a criança dormir. Mal sabia a pequena que naquela mesma noite o pai ficaria ciente do presente e acharia graça, não por causa da boneca, mas sim devido ao temor da filha de confessar a ele o que ia querer de aniversário.

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