sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

"O dia da caça" - ou seria do caçador?

Em "O dia da caça", James Patterson cria uma ficção a partir da história de Alex Cross, um detetive que perdeu a mulher em um caso nunca solucionado. Eis que a vida lhe proporciona outra surpresa, assassinatos de famílias inteiras começam a acontecer em Washington D.C., começando com o de uma ex namorada e amiga,Ellie Randall. Ele não deixaria outro crime sem solução e, para isso arrisca sua vida, família e reputação em busca de um assassino quase invisível.
A trama se passa nos Estados Unidos e na África, na caçada pelo responsável das mortes. No continente africano Patterson aproveita o livro (ainda que seja uma ficção) para descrever uma realidade de algumas regiões, marcadas por conflitos e assassinatos semelhantes a guerras civis, disputa por petróleos e diamantes, falta de condições básicas humanas (moradia e assistências médica e sanítária), além da denúncia de estupro a mulheres, comum entre algumas etnias.
O livro apresenta uma sequência de fatos nem sempre muito lógicas, pois por vezes precisa contar o assassinato, ao mesmo tempo que tem que retomar o foco central para o detetive e seu trabalho. Por isso os capítulos são muitos, porém todos bem curtos. A quantidade de páginas da edição também não é de se assustar, não passa de 212 páginas e no final contém prévias de mais duas histórias do autor, uma, inclusive, ainda com o Detetive Alex Cross como protagonista - uma série.
A capa é linda, em tom amarelo-alaranjado, porém não achei o título muito próprio para o livro. trata-se, ao meu ver, mais de uma perseguição que de uma caça. Contudo nada disso atrapalha ou influencia a leitura.

James Patterson é considerado um dos maiores escritores da literatura (ou romance) policial, com mais de 150 milhões de exemplares vendidos pelo mundo e traduções em aproximadamente 49 línguas. Publicou sua primeira obra em 1976 e acumula diversos prêmios ao longo da carreira, como o Edgar Award (reconhecido na área do suspense). Atualmente vive na Flórida e dedica-se a conlusões de outros trabalhos.


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Um crime chamado Bar Bodega

Atentei-me que nunca havia falado sobre o livro Bar Bodega. Tampouco o citei por aqui. Grande erro, uma vez que após descobrir e ler percebi que dos livros reportagens chocantes em minha vida ele disputaria o primeiro lugar com Abusado, de Caco Barcellos.

Bar Bodega relata a história de um assalto que terminou na morte de um cliente de um bar de classe média alta, em São Paulo. O estabelecimento pertencia a artistas de uma grande empresa de comunicação (rádio, impresso, televisão ...) e o ano era de eleições na capital paulista. Soma-se todos esses ingredientes e percebemos uma polícia necessitada por respostas e uma imprensa em alvoroço para uma acusação certeira. Não tardou a surgirem suspeitos. Um, dois, três, dez, sob tortura todos confessavam o crime, menos um. Não tinha problema, um amigo já tinha colocado-o na cena do crime. Reportagens de capa, debates na televisão, choque na sociedade. Um grande caso, que aparentemente estava concluído após o julgamento e a condenação.
Entretanto a história mudou. Um advogado resolve rever o processo e descobre inúmeras falhas e erros cometidos por pressa e obrigação de respostas a sociedade. Há uma nova análise e a verdade é descoberta. Não cabe aqui contar o final do livro, mas confesso que é chocante e ao mesmo tempo surpreendente. A revelação do poder e da influência que a mídia tem em nossa vida ganha uma dimensão ainda maior nos desdobramentos desse crime.

Como estudante de jornalismo serviu para análise não só de como julgamos errado muitas coisas do cotidiano, como também é preciso um cuidado extremo em acusações; principalmente tão graves como foram essas. São casos que estão presentes e que passam muitas vezes despercebidos pela população em geral, porém marcam a vida principalmente dos que estão envolvidos. O rótulo dado a alguém em um veículo de comunicação pode marcar de forma positiva ou negativa um inocente. É uma discussão interessante e que merece total atenção dos profissionais e estudantes da área, a delicadeza de se trabalhar com palavras.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

o desafio de pensar

Estou cansada e a reta final aproxima-se. São trabalhos, provas e uma infinidade de coisas que não permitiram meu constante aparecimento por aqui. Para tirar a poeira e manter algo de atual por aqui optei por uma frase que muitos devem conhecer:

"O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido. Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado. A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade."
Clarice Lispector

Precisamos, portanto, parar de pensar no futuro agora e questionar o passado. O que podemos fazer é viver o presente, agarrar oportunidades, crescer e esperar que o sucesso de hoje transforme-se em algo positivo para amanhã. E seguindo o exemplo da genial Clarice pergunto-me que emoções podemos deixar? O corpo físico é limitado, a alma nem sempre é sentida, porém suas realizações, sentimentos e emoções marcam e perduram além do que você imagina.

domingo, 11 de setembro de 2011

Leitura: A Farsa

O tempo anda curto, as 24h diárias não dão nem para metade das coisas a serem executadas. Por isso a falta de atualização do blogger, mas vou tentar diminuir esses espaços de postagem.

Algo que assim como a dança me encanta é a leitura, forma também de se aprender muito sobre um infinidade de coisas. É por isso que não dispenso um livro; qualquer que seja ele. Sou incentivada pela minha família que sempre me presenteia com exemplares incríveis. O da última leitura (que acabou hoje) é parte de uma saga, cujo terceiro volume já está saindo do forno. Fazem parte do acervo da minha madrinha, também devoradora de livros e cultura, que fez a gentileza de emprestar-me os dois primeiros. Esse que citei chama-se A Farsa, de Christopher Reich.
A Farsa narra a história de um cirurgião, Jonathan Ransom, que trabalha na ONG Médicos sem fronteiras e que em uma viagem de férias com sua esposa Emma Ransom acaba encurralado em uma escalada numa montanha Suiça. Em meio a avalanche Emma se machuca e Jonathan precisa deixá-la em um ponto para buscar auxílio. Ao voltar, certo de que sua mulher está morta, o médico inicia uma nova fase da sua vida que começará a partir do recebimento de etiquetas de bagagens endereçadas a sua falecida esposa.
Eis nesse ponto os desdobramentos de uma aventura repleta de ação e suspense, que vão percorrer diversas histórias interligadas em um único ponto: as atividades terroristas do Oriente Médio. É um bom livro, que, como foi citado anteriormente, possui continuação e onde aquele que gosta de desvendar mistérios terá um caso grandioso como enigma para decifrar. Vale a pena conferir!

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Saga da comunicação

A comunicação é uma fronteira sem donos, todos a praticam e ninguém a discute. São algumas teorias que analisam profuncamente o ato de falar. Talvez fundo até demais, algo que deixa dúvidas, confusão e que acaba confundindo mais que esclarecendo. Teorias deveriam ser para explicar algo, e explicar deve ser descrever algo em uma linguagem mais simples, acessível. Não é bem o que acontece. Não sempre, é claro. Existem diferentes tipos de livros e de autores, bons e ruins.
Como eu disse a comunicação é uma fronteira, a chamada "terra-de-ninguém", local em que não há um dono. Até porque comunicar é o ato da transmissão, disseminação, propagação - ou seja, é preciso que haja um transmissor e um receptor para que a comunicação seja efetuada. Ninguém fala sozinho, quer dizer, até se fala na internet, mas pressupondo que alguém está lendo ou que algum dia irá ler (ao menos fragmentos).
Ao mesmo tempo que a comunicação é uma fronteira sem dono, também chamada de "terra-de-ninguém", é uma arma poderosa. Quem detém o domínio dos meios possui o poder. Dominar, no século XXI é ser o "ás" das novas mídias e porque não da estruturação e nova forma de consolidação dos mass media, ou meios de comunicação de massa (MCM). Não há uma teoria infundada e tampouco alguma concretizada. A vida muda e os meios de transmissão da informação também. Da oralidade para a escrita, desta para a criação da imprensa, o rádio, a televisão, a internet e tantos outros que incorporaram-se no caminho. Qual é o melhor ou que reinará para sempre não se sabe.
A internet é uma grande rede, mas será que novas mídias não estão por vir? E mesmo vindo será que necessariamente as "antigas" precisam acabar? Reflexões de comunicólogos que ficarão um bom tempo sendo apenas isso ... reflexões!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Francophonie

Ultimamente ando meio embalada por músicas francesas de diferentes estilos musicais. Uma que me desperta constante atenção e que anda embalando muitas "viagens" até a Ufes é Mourir Demain, de Pascal Obispo e Natasha St. Pier. É uma letra gostosa, que agita, embala e faz que você cantarole a letra mesmo que sem perceber diretamente. A melodia "gruda" na sua cabeça, mas não é de forma ruim; é algo delicioso e que quando você menos percebe está captando fragmentos da música francesa, que é muito boa e diversificada. "Se nós tivéssemos que morrer amanhã o que faríamos de mais?" é basicamente o que diz a letra.

"Si on devait mourir demain
Qu'est-ce qu'on ferait de plus,
Qu'est-ce qu'on ferait de moins
Si on devait mourir demain
Moi, je t'aimerai... moi, je t'aimerai"

sábado, 30 de julho de 2011

Atemporal

Um dia eu acabei em um lugar tranquilo, repleto de novas pessoas, experiências e aprendizado. Fui com a mente aberta e disposta a aprender e absorver o máximo possível e ainda mais um pouco além dele. Ganhei além do que eu poderia imaginar, vivi uma época incrível, realizei sonhos inimagináveis e conquistei amigos inesquecíveis; dancei. Fui além do que eu mesmo havia pensado em algum dia, era uma realização grandiosa e que não estava prevista em meus modestos planos; consegui.
Voltei para casa, violência, cidade mais agitada, dei adeus a muitas coisas e pessoas, foi difícil. Acostumei-me a uma rotina quase que mecânica e turbulenta, mas que eu não importava porque fazia tudo aquilo que mais queria e amava. Viajei, viajei e viajei ainda mais. Revi tudo aquilo que um dia amei e que estão em minhas mais memoráveis lembranças, ganhei outras imagens incríveis. Disse o segundo Adeus a tudo aquilo que já havia deixado para trás a um ano e meio; foi pior que o primeiro. Espero, contudo, que essa despedida seja como a primeira: um "breve" até logo e que possamos nos reencontrar rapidamente.

"Vim só dar despedida" encaixa-se, portanto, como a música de nossa partida. Nos lembra épocas fantásticas e ao mesmo tempo a partida. É o ontem, hoje e o amanhã encontrando-se rumo a novos caminhos. Saudades.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Vem pro Festival dançar


Após mais um ensaio.´Era dia de festa!
 
Expectativa. Palavra que sempre está presente no vocabulário de uma bailarina, por estarem sempre preparadas para algum novo desafio. É um dos empenhos que leva a uma rotina diária, sem férias, feriados ou sem pensar na palavra descanso. Nada disso importa. Ainda mais quando se está em um palco. Não há somente uma sensação que descreva o que é esse momento de ultrapassar as coxias, talvez nem palavra exista; somente o sentimento.
É em busca dessas emoções que voaremos. Um dos maiores Festivais de dança do mundo é realizado anualmente aqui no Brasil, em Joinville, Santa Catarina. Para participar é preciso enviar um DVD com o trabalho e aguardar a lista dos selecionados, divulgada em torno de maio ou junho. Existem diversas modalidades, categorias e formas de apresentação. Pode-se dançar no chamado palco principal, no Centreventos, nos chamados Palcos Alternativos, que são espaços espalhados pela cidade para promover a integração e aproximação da dança com o público e no festival meia ponta, que é a competição dos menores de 12 anos realizada no Teatro Juarez Machado, ao lado do Centreventos.
São milhares de bailarinos do país e de fora dele que buscam o aperfeiçoamento e a visão de como anda a dança. É um grande aprendizado. Entretanto, apesar de tanta seleção, acontecem casos em que coreografias não tão fortes acabam passando, mas faz parte; estamos no mundo da dança e no Brasil!
Desejos, da escola Espaço da Dança, representará, junto com outros dois solos e uma variação do Balé da Ilha, o estado no palco principal. No festival meia ponta outros talentos do Espaço da Dança terão a oportunidade de se apresentar. É mais uma dentre tantas conquistas que a dança já proporcionou ao Espírito Santo e ainda é algo considerado distante do público capixaba. Malas prontas, expectativa na medida certa, ensaios, ensaios, ensaios e MUITA disposição; vamos embora turma, vamos dançar!

Boa sorte pra gente, vamos dançar!

"Dança Joinville, dança o meu coração
a vida é um palco, movimento, emoção.
As flores da cidade vão dançar com você
vem pra Joinville, nós queremos te ver!
Pra dançar, dançar, dançar e ser feliz festival de emoções do meu país"

terça-feira, 19 de julho de 2011

Sociedade "Pensante"

Aceito doações ou empréstimo de livros. Ontem acabei de reler "As memórias do livro", de Geraldine Brooks, um bom livro para aqueles que curtem ficção envolvida com parte histórica. Posso dizer que compreendi um pouco o trabalho de um restaurador de livros. Não sei porque toda vez que leio esse livro descubro algum ponto interessante que acaba me chamando mais atenção na leitura.
Com esse texto, Brooks ganhou o prêmio Pulitzer (concedido pela Universidade da Columbia), mesclando história e romance ao longo de diversos cenários. Vale a pena ler caso você tenha tempo para essa leitura, mas não está no ranking dos melhores livros que já li (e olha que a lista é bem gorda).
E volto a frisar que aceito um empréstimo de livros. Sou movida por eles e férias, bem, férias serve para curtir. Nada melhor que apreciar uma, duas, três e muitas leituras nas férias!

ps.: é essa semana!

terça-feira, 12 de julho de 2011

Ex-petáculo?

Se o Espírito Santo outrora era conhecida como terra em que não havia uma produção artística forte na área da dança, hoje o cenário mudou. Os grupos capixabas (cias e escolas) ganharam repercussão e destaque nacional. Foram tantos benefícios e prêmios nos últimos anos que é impossível citar. Não falo apenas da escola da qual faço parte, falo de muitas que já mandaram bailarinos para fora, que já se apresentaram além das fronteiras capixabas, falo das cias que lotam teatros, ainda que não sejam incentivadas para isso.
A grande questão é que falta uma questão principal: o incentivo. E não é somente o financeiro, mas o de prestígio. Não há um teatro decente, que abrigue uma companhia capixaba; que vergonha! Sobram recursos para a corrupção e faltam para uma cultura. Isso obriga uma limitação dos bailarinos que, por não poderem crescer em seu estado, acabam optando pela mudança. Os que voltam retornam repletos de animação e esperança, mas acabam acostumados e encarando a mesma rotina de quando partiram. Não há espaço para a dança, ela é sufocada e cresce somente quando esquecem de fechar lacunas.
Que o Festival de Dança, ocorrido no último final de semana, tenha servido de exemplo para as pessoas. As cias profissionais de outros estados serviram para animar e afirmar que o Espírito Santo tem público para prestigiar os espetáculos; a grande vitória pode sim ser um reduto dessa arte. Não acompanhei tão profundamente todos os espetáculos, mas aquele que presenciei mostrou que a dança ainda é uma forma de expressão e por isso é chamada de arte.

ps.: 1 semana para o Festival de Dança de Joinville!

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Embalo

Novos preparativos. Ensaia, briga, brinca, tudo faz parte da dança e a dança faz parte do amor. Não adianta, vem bolhas, saem unhas, mas a gente continua. As dores, que por alguns instantes parecem não existir, voltam porque o trabalho é duro, árduo, diário. O importante é bailar e sentir!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Dois versos

Tempos tão remotos
tempos distantes
tão longes.
Proximidade.

Um verso para exemplificar meu mês conturbado. Resultado de uma agenda cheia, mas o que seria de mim sem uma agenda assim? É faculdade e fiinal de período; ballet e suas apresentações (imenda-se BH com Joinville); namorado lindo, que merece ter tempo para ele. Trabalhos.

Espere o trem partir
fique para receber
porque quem você quer precisa ir
e quem te quer tem que ter você

sábado, 4 de junho de 2011

Seja bem vinda Ditadura


Nunca havia participado de uma manifestação, sequer me interessei por alguma causa a esse ponto, confesso. Confortável, acompanhava tudo pela televisão, internet, impressos. Na quinta-feira poderia ter sido assim. Estava no Centro Acadêmico de Comunicação Social quando a atmosfera foi tomada de protesto em relação a forma como os estudantes haviam sido tratados no protesto ocorrido pela manhã no centro da capital. Até então eu não tinha informação alguma detalhada do assunto, sabia o básico.
Optei por "assistir" e fui para a porta do Cemuni V, escutava no rádio as informações rápidas (e algumas distorcidas) que chegavam. Imaginava que encontraria umas 50, no máximo 100, pessoas; até porque um grande grupo ainda estava saindo do protesto no centro de Vitória. Eis que num vislumbre percebo que deveriam estar ali mais de 300 estudantes que, nesse momento, fechavam a Fernando Ferrari em um protesto PACÍFICO até o momento. Já lá na frente, junto ao "bando", ouço pelo rádio que o BME estava autorizado a agir contra a manifestação, e em cerca de 5 minutos, cinco veículos (carro, vans e microônibus) estavam posicionados. Muitos policiais, mais que necessários para aquele número de estudantes, saltaram armados e pareciam prontos a avançar a cada momento.
Nem sei o que aconteceu direito, só vi que em um segundo protestávamos e no outro corríamos. Eram bombas, balas de borracha e cassetetes; os estudantes reagiram. Sim, foi errado reagir, mas muitos não conseguem ter a cabeça fria diante de tanto ato de estupidez, de covardia. Estávamos desarmados, protestávamos e, de repente, a atmosfera era de fumaça, tiros, gritos e correria. Correr para a Ufes era nossa defesa, mas, ainda assim, continuamos a ser surpreendidos. Alguns mais eufóricos e engajados chegaram a mencionar a ditadura por causa da repressão. Os chamados "defensores da população" continuavam a agressão, jogando as bombas de efeito moral e as balas de borracha dentro da universidade federal. Esqueceram da regra de que a única polícia autorizada a intervir nesse espaço é a Federal.
O protesto continuaria, mais pessoas seriam feridas, outras presas. Moradores, transeuntes e qualquer outro seriam agredidos e saberiam o que a expressão 'uso abusivo da força e do poder' significaria. A população, dentro de suas "caixas fortes", vulgo carros, criticava o movimento e reclamava por não conseguir chegar em casa. Fácil falar quando deslocar-se de um lugar para o outro significa pegar uma chave e partir. Não defendi a violência em momento algum nesse dia. O que os estudantes fizeram foi inconstitucional e nós perdemos a razão ao jogarmos pedras e pedaços de madeira, porém isso foi feito após a repressão policial que continuou até o desfecho ainda mais violento e com prisões.
Como forma de nova reivindicação sexta-feira haveria um novo protesto. Dessa vez organizados, protestamos pacificamente por nossos direitos. Professores, estudantes, servidores, todos unidos, uma passeata linda de ser vista. Caso houvesse tanto erro assim em nossa manifestação não estariam presentes quase 4 mil pessoas. Foi lindo!
Diante de tamanha luta fica apenas minha indignação contra, primeiramente, a polícia e o BME, o governo que em momento algum importou-se com a segurança que tanto diz defender e as chamadas grandes mídias, que fizeram uma cobertura repleta de parcialidade. Onde está o jornalismo?

domingo, 22 de maio de 2011

Debater, pensar, agir; eis a questão

No debate, Luciano Ribeiro, jornalista da TVE, argumentou que a mídia não auxilia nas questões ecológicas e sustentáveis porque não possui autonomia para isso, e quando tem (caso das televisões públicas) não alcança uma audiência significativa. Felipe Procópio, chefe de pauta da TV Vitória, admite que falta cobertura e que, apesar de um plano de metas, a discussão se perde no caminho. Segundo ele "a cobertura do meio ambiente é pautada no factual" e o valor notícia acaba sendo aquilo que, de acordo com os donos das empresas, fornecerá audiência e não o assunto que mereça um destaque, uma importância.
Suzana Tatagiba, presidente do Sindijornalistas ES, levanta que todo ano são as mesmas questões repetindo-se, um verdadeiro ciclo tratado da mesma forma. Ela usa a chuva como exemplo. Chove, alaga, reclama-se com o prefeito, tudo seca, obras são feitas, promessas são veiculadas e ao chover novamente recomeça a cadeia dos fatos. Daniela Klein, professora de jornalismo ambiental na Ufes, surge para provocar ainda mais diversas questões, concordando com alguns comentários da banca, mas discordando de outros. Sutilmente ela não coloca a culpa nas indústrias como Ribeiro havia feito, consegue passar a informação de que a mídia está viciada em culpar o governo, só que o debate não começa e nem termina nesse ponto.
Washington Novaes foi meio egoísta querendo sempre tomar a frente de todos e responder todas as questões propostas pelos participantes. Luciano Ribeiro propunha-se a complementar algumas, sempre alegando que o foco da mídia nessa questão precisava mudar, mas para isso acontecer alguém tem que começar, e se nem a TV estatal inicia ...
A professora da Ufes, entretanto, para delírio das minhas amigas (em especial @anycometti), soube criticar, alfinetar e acredito ter sido a única a propor soluções, ou ao menos medidas paliativas para amenizar essa grande questão dos tempos modernos. Industrializar não deve significar destruição!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Mídia Sustentável?

Debater meio ambiente parece ser uma questão batida devido a quantidade de coisas que se fala a respeito de sustentabilidade, mas não é. Discutimos o mínimo sobre uma questão tão grande e que não começou agora e nem tem prazo para acabar. Aconteceu hoje, em Vitória, um evento para discutir a cobertura do meio ambiente na mídia, com palestra de Washington Novaes.
Ações humanas geram impacto direto no meio ambiente. É certo que a temperatura do planeta está se elevando, e cada vez mais rapidamente. Ao longo desse século a previsão é que suba entre 1,4ºC e 5,8ºC, até agora já presenciamos a elevação de 0,7ºC. Tanta alteração climática acarreta drásticas consequências; entre elas o derretimento das geleiras e o aumento dos níveis dos oceanos. Para amenizar esses efeitos que acontecem atualmente, seria necessário uma diminuição de, pelo menos, 50% da poluição de forma urgente.
A China figura-se como o país mais poluidor, seguido pelos Estados Unidos. O Brasil não está muito distante no quarto lugar. De acordo com Sir Nicholas Stern,economista britânico do Banco Mundial, cada habitante brasileiro produz cerca de 11 a 12 toneladas de emissão de gases poluentes. Entretanto, o maior consumo (59%) ocorre na Amazônia devido ao desmatamento.
Atualmente, o protocolo de Kyoto é o único documento oficial a tratar da redução da emissão da poluição, mas os únicos países que o cumpriram foram Alemanha e Inglaterra. Este protocolo vence em 2012 e um novo já é discutido, porém para ocorrer a assinatura é preciso unanimidade na concordância aas cláusulas, o que não vem ocorrendo.
Nesse ponto nem a tecnologia conseguiu resolver a questão. A proposta seria a de tubos que levassem os gases para baixo da terra e dos mares. Contudo, não existe um estudo ambiental a respeito das consequências no solo diretamente e, no ecossistema marinho, biólogos são contrários por demonstrar os impactos causados na elevação do gás carbônico na composição marítima.
O correto de um modo de vida minimamente sustentável seria consumir aquilo que a biosfera é capaz de proporcionar; a isso chamamos de pegada ecológica. Hoje, consumimos cerca de 30% acima dessa capacidade, o que nos leva ao saturamento e ao que Novaes definiu como "crise do padrão civilizatório". Pense em sete bilhões de pessoas (8,5 bilhões em um futuro próximo) usufruindo, ao máximo, do planeta. Por esse ponto de vista 2012 não é tão distante assim.
Para evitar esse "esgotamento" é preciso a reformulação de alguns hábitos como as matrizes energéticas, de transporte, os padrões de consumo, construção, a conscientização da sociedade sobre como conviver em harmonia com o ambiente. A reutilização da água pela indústria, a retenção da água da chuva e o reuso da água do banho nas descargas também são importantes pontos na ideia de sustentabilidade. A palavra chave da vez é reciclar!
Segundo a Unicamp, o Brasil pode viver com 50% de consumo de energia, como na época do apagão.

Minha avaliação de palestra foi a surpresa diante de alguns dados, mas somente isso. Sinceramente, esperava algo mais impactante, o que ocorreu posteriormente no debate (que será postado em outra ocasião). Novaes prendeu-se muito na ideia dos prejuizos ambientais, o que enriqueceu a visão da devastação de forma geral, porém praticamente não aliou a mídia no contexto. Afinal eu sei, assim como muitos, que a cobertura jornalística é insuficiente nessa e em tantas questões sociais. O que eu esperava era apontar os erros de forma direta, criticar os meios, elogiar algum que porventura estivesse seguindo o caminho correto, ou ao menos ajustando a visão. Entretanto, só presenciei críticas, análises e opiniões de terceiros citados por ele e lidos em um interminável power point. É preciso ter tecnologia e, sobretudo, saber usá-la.
O título da postagem foi com a intenção de unir de forma duvidosa as duas palavras. Unir porque é o que se espera e busca e questionar devido a falta disso no jornalismo.

OBS.: O debate deixo para a próxima postagem a fim de não me estender mais nessa aqui; é muito texto.

domingo, 15 de maio de 2011

Rehearsal

Ensaios.
São exaustivos sim, acabam com os pés, corpo, nos levam ao extremo, mas são altamente necessários. Um bailarino é feito de dedicação e essa significa repetição, tentativas, erros. É um absurdo quando ouço a expressão "quer algo fácil dance ballet" porque isso é algo difícil. Ninguém quer assumir um compromisso diário de, no mínimo, 3 horas do seu dia, ou muito menos deixar de sair, gastar dinheiro com figurinos, taxas de inscrição, viagens, sapatilhas, meias, collants, mensalidades. Realmente é fácil julgar pelo que se vê em uma apresentação. Pessoas felizes, sorrindo, parecendo que aquilo que fazem é a atividade mais fácil que existe. Mera ilusão.
A rotina é pesada, mas a abdicação fala ainda mais alto, mas para o verdadeiro bailarino nada disso importa. A aula corre, o ensaio aparenta ser um piscar de olhos. e friso novamente, ensaios. O necessário para todo aquele que pretende ir ao palco. É uma prévia do que será apresentado e onde podemos e devemos aperfeiçoar os movimentos. Sempre aprendi que rendemos durante a apresentação cerca de 70% do que somos em sala de aula. Daí a importância dos ensaios e de nos esforçarmos nele a cada dia mais. Nosso pior dia em um espetáculo precisa ser, no mínimo, o de um bom ensaio. Precisamos "arrebentar" sempre, procurando superar as expectativas, falar ainda mais com os movimentos.
Ensaios.
Rehearsal.
Ensaios.

Essa palavra é uma das que movem a rotina de uma bailarina; ensaio.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Três pontinhos

Prisão dos olhares,
gradeado;
passado, presente, futuro,
tudo se completa.

Hora
incerta
a meta cruza
as direções.
Do reto ao oblíquo
curvas
na conjugação do que chamamos de
estrada.

Os caminhos já são percorridos
corridos
no balanço da vida que levamos
estagnados, lentos, rápidos
encerramos.

domingo, 1 de maio de 2011

Fotografia, a arte da lembrança

Iza Possatto - vista do Empire State


Retratos são lembranças eternizadas em nossa memória. São especiais e ganham vida só de olhar. Podem ser engraçados, tristes, especiais, posados, espontâneos, diversificados. Eles nos trazem de volta ao lugar ou a situação em que foram tirados e revivemos aquele momento tantas e tantas vezes.
As fotos que escolhi hoje foram as primeiras tiradas na euforia de uma máquina nova. Sem muita experiência, profissionalismo, mas com um alto teor de lembrança. Elas remetem a Nova York, a cidade que não para. Ambas foram tiradas no mesmo dia, no alto do Empire State e retratam a vista da grande metrópole. Encantadora. Ainda recordo os sentimentos e os momentos em que tirei a foto quando a vejo. É como se estivesse acontecendo tudo novamente a cada vez que a vejo.

Iza Possatto - vista do Empire State

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Sensacionalizante.

O tempo que sobra é aquele mesmo que falta para tantas e tantas coisas rotineiras.

Ultimamente as manchetes dos jornais estão associadas a problemas, durante as duas últimas semanas então muito se fala de assassinatos. Especialmente acho que isso dá ibope aos praticantes de crimes. Falo isso não por acaso. Li Abusado, de Caco Barcellos, um livro que relata além da violência, e hoje penso que a cobertura da mídia muitas vezes auxilia e populariza os criminosos.
Falo isso porque olha o que a tragédia da escola no Rio de Janeiro se transformou. Um reduto de sensacionalismo, sangue e comoção. Fiquei horrorizada com tantas coisas desnecessárias na TV, no jornal, na internet.
As novas mídias vieram para ajudar, mas acredito que atrapalham, em alguns momentos, também. Propagam o horror dos escândalos e popularizam pessoas que nunca mereceriam devidos créditos. Vivemos, hoje, em uma sociedade em que o eu diversas vezes ultrapassa o nós. Não conjugamos mais verbos no plural; preferimos o individual.
Não digo que nada deva ser noticiado, é claro que todos querem a informação. Defendo apenas uma melhora no jornalismo, na forma de transmitir o conteúdo. Existem diversas formas de se fazer isso, por que não optar pela maneira informativa ao invés da sensacionalista?

sexta-feira, 15 de abril de 2011

maratona?

é correria. Pautas, trabalhos, estresse
é correria
uma verdadeira correria de jornalismo.

ps.: volto logo para um post melhor!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Viagem - Parte 1

Saída do aeroporto de Vitória, dia 15 de março do presente ano. Correria. É tudo o que tenho a dizer de nossa despedida. Era um tal de sobretudo não chegar, despedida, entrevistas, reportagens, beijos, abraços; lágrimas. Ia chover, muito. Decolagem atrasada, céu roxo, trovões e a notícia de que o sobretudo chegaria a tempo. Estava sendo embarcado, retiraríamos no aeroporto do Galeão no Rio. Viagem tranquila apesar do mau tempo. No desembarque a surpresa de que os sobretudos não haviam sido terminados. A frustração. Fazer o que? Susta o cheque, susta o cheque, é o jeito.
Muitas e longas horas de espera. Até os segundos pareciam se arrastar, 14h50, 15h, 16h, 17h, ... 22h, 23h e, finalmente, meia-noite e o embarque. O sono de quem havia passado o dia no aeroporto se arrastando de um lado para o outro não incomodava. O cansaço sim. Ainda deu tempo de assistir um filme e dormir. O segundo filme ficaria para o dia seguinte junto com o café da manhã.
Aeroporto do Galeão - RJ

Aeroporto JFK. Não consigo nem descrever a sensação. Frio, mas não muito, expectativa, orgulho e fila. Uma enorme por sinal da migração. Mais de duas horas nela; um absurdo. Nova entrevista, dessa vez em inglês e em família, sorte de mamãe e da sua falta de inglês. Pega mala, procura o ônibus. Surpresa! Tinha até plaquinha com o nome Espaço da Dança, que chique. Tira foto, enfrenta o trânsito, oooh muitas paisagens, novas, de filmes, feias, engraçadas, tudo, tudo, tudo.
O hotel era enorme, com o saguão já todo reformado. Parecia, inclusive um que aparece no filme Sex and the city. Sei que muitos foram gravados nele, mas nenhum nome. Quartos antigos, mas gigantes. Porta casacos, um closet enorme, outro porta casacos, banheira, TV, internet, ..., muita coisa. Não tinha frigobar, mas não seja por isso. Desci e exercitei meu inglês pedindo um pro quarto. Pronto, todo mundo queria e eu parecia uma doida aparecendo no saguão a cada 5 minutos traduzindo algo para alguém.
Dia de ir na loja da Gaynor. Pega metrô, perde-se no metrô, pergunta, pergunta, estação certa. Andamos. Ao chegar no lugar quase passamos direto. O comércio era em um prédio residencial, quase passamos direto. Sem placa, sem nome, apenas um cartão de visitas indicava estarmos no lugar certo. Entramos e surpreendemos. 14 pessoas em um mini cômodo menor até que minha sala. Muitas horas depois saímos de lá. Mais passeios, mas dessa vez voltamos a pé. Noite agradável.

ps.: resumidamente fatos marcantes dos dias 15 e 16.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Corriqueiramente

o tempo corre
corriqueiramente.
Sem tempo fico
ficarei
ficará.

tudo atrasado
rotina, pensamentos
trabalhos e escrita.

Só o meu amor não atrasa;
só o pensamento corre;
tudo acumula.

domingo, 13 de março de 2011

Entre aspas volta a rotina porque recomeça a única coisa que faltava em 2011, a faculdade. Em compensação é praticamente um recomeço com cara de descanso, feriado. Porque terça-feira é dia de viagem com o ballet. Destino? Nova York. A cidade que nunca dorme nos receberá (esperamos que de braços abertos) para o YAGP. Muitas escolas, coreografias, bailarinos de diferentes nações e personalidades. Em comum um sonho: voar o mais alto possível no palco; dançando.

Ficam as lembranças, os ensaios, a torcida e as dores aqui. Na bagagem esperança, dedicação, coragem, audácia, empolgação, sapatilhas, aulas e mais ensaios. Que os dois anos de preparação possam falar mais alto agora. É o nosso grupo, a tantas coreografias já juntos e mais algumas agregadas que podem ter menos experiência de palco, mas garanto que o mesmo empenho e dedicação para fazer a melhor apresentação que já fizemos!

Aos curiosos eis a coreografia que passou e será apresentada em NY. O vídeo é da seletiva realizada em Vinhedo, São Paulo.
Espaço da Dança - Desejos

Brasiiiiiiiiiiiil

segunda-feira, 7 de março de 2011

Dança Carnaval

Enquanto todos pulam carnaval,
cantam marchinhas
e colocam uma fantasia;
eu danço.

Uns bebem,
outros urinam
e poucos dormem;
eu danço.

A noite chega,
o dia começa
e os trios cantam;
eu danço.

Porque é carnaval, feriado nacional. E enquanto os foliões vestem as fantasias, cantam sambas-enredos e fingem ser quem não são no dia-a-dia, os bailarinos ensaiam. Estamos a uma semana de NY e o tempo agora é mais que crucial. Nenhum passo carnavalesco. Nós só pensamos em dançar e para isso até uma das festas mais movimentadas do país teve que ser esquecida; ao menos este ano. É um "sacrifício" que vale a pena, mas já fizemos tantos (e tantas vezes) que um a mais é mínimo.

É carnaval!
Um beijo aos foliões

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Happiness

Felicidade não tem nome, sobrenome, raça ou credo. Ainda bem. É incrível que um dia considerado comum vem a tornar-se tão incrível com apenas algumas palavras.
Felicidade é um sentimento, mas que muitas vezes está diretamente ligado a alguma ação. É uma boa notícia ou uma incrível conquista.
Felicidade é ser você mesmo (a). Ainda que a vida lhe pregue peças; não desista, insista.
Felicidade é você lutar diariamente, não importando-se com conspirações contrárias. "O importante é ser você mesmo que seja estranho, seja você mesmo que seja bizarro".
Felicidade tem tantas caras ...
Eu sou feliz quando leio um livro, sorrio, ganho um parabéns, recebo um beijo ou abraço, vou para a faculdade, danço, ganho algo, viajo, fico com minha família, vou a praia, vejo meu namorado, estou com meus amigos. Eu sou feliz sempre!

ps.: 3 semaines pour aller à NY..

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

"O jeito é não deixar a peteca cair"

Falta patrocínio. Em alto, claro e bom tom para aqueles que ainda não entenderam que viajamos mês que vem representando o município, estado e país e não temos apoio. Na hora que se ganha a vaga soltam matérias sobre a propagação da cultura no Espírito Santo, vem a São Paulo Companhia de Dança e são tudo flores. Mentira! É o único grupo capixaba que vai; o primeiro também completando a informação. Carregamos tanto nome, responsabilidade e o dinheiro que é bom nada. Sinto-me envergonhada de escrever algo desse tipo. Sinceramente esperava nessa altura do campeonato estar narrando os preparativos, ensaios e malas da viagem que era para ser nosso sonho como bailarinos e quase virou um pesadelo. Para a classificação dormimos no aeroporto porque não pudemos pagar um hotel; fizemos graça e jogamos twister a noite toda. Entretanto a questão agora é mais grave, é Nova York, e o mais impossível que era a saída de 24 vistos foi conseguido.
Fizemos um chá e uma feijoada beneficente. Sortearemos uma rifa hoje, pedimos ajuda diariamente. Passei da fase do medo e da timidez de pedir, o grupo tem bolsistas, ou seja, pessoas que não tem condições de arcar com nada da viagem. E somos em 20, sem um elemento 19 não podem dançar e muito menos viajar. Restaria a torcida ao outro representante da escola que vai como solista e o abatimento de ter nadado, nadado e morrido na praia. Afinal, para estarmos preparados abrimos mão das férias e do carnaval para ensaiar exaustiva e diariamente. É Youth America Grand Prix, são os Estados Unidos da América e um sonho: dançar!

ps.: este foi mais um entre tantos posts-desabafos de uma das bailarinas que está no conjunto "Desejos" aprovado para o YAGP. Vamos Espaço da Dança, a luta ainda é grande, mas o sonho continua!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Infinito sonho

De nada adiantam os tendues, arabesques e pas de chat se eles não podem ser executados. A frustração de ver uma vitoriosa classificação despedaçar-se em nossas mãos não tem preço. É um misto de dor, amargura e infelicidade que reflete em nossas vidas e aulas. Entretanto é preciso NUNCA desistir. As oportunidades não caem do céu; batalhamos por elas. E o suor que escorre durante os exercícios é o mesmo que irá bancar cada parcela do nosso sonho. Nada é tão caro que o trabalho não compense nem tão perfeito que não nos faça ensaiar diaria e incansavelmente.

1 month. New York we'll go!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Apressadamente

A data se aproxima
e o sonho se
d
i
s
t
a
n
c
i
a
...

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Palavras Bailarinas

"A dança e a literatura são similares. Palavras em sequência não fazem um bom livro, assim como gestos não fazem a dança. É preciso ritmo e encadeamento para transformar as obras em um todo."

Palavras da bailarina capixaba Inês Bogéa, ex integrante do Grupo Corpo (tradicional companhia mineira) e atualmente diretora da São Paulo Companhia de Dança, ao jornal A Gazeta dessa quarta-feira. Depois dessa frase quem sou eu para dizer mais alguma coisa?

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Um sonho, um desafio

A gente não desiste. Se tem uma coisa que aprendi no ballet é ser persistente. E pelo visto as minhas amigas também. Durante todo o ano que passou ensaiamos duro e participamos de diversos concursos, mas sempre conseguindo honrar com as despesas. Entretanto inesperadamente veio uma vaga para o Youth America Grand Prix (YAGP) e uma felicidade tomou conta de todos nós. Mas passado a euforia de Nova York veio a realidade: dura, nua e crua. Com que dinheiro viajaríamos? Como o arranjaríamos? Conseguiríamos? Tentaríamos? Valeria a pena?
Todo mundo sabia que ao menos tentar nós iríamos. E é exatamente o que estamos fazendo diariamente. Pode ser que não consigamos, afinal somos um conjunto composto por 20 integrantes, mais um solista e os professores - não é pouca gente. Até o último instante vamos lutar para conseguir o dinheiro. Trabalhamos bastante desde outubro para isso. Organizamos chá e feijoada beneficente, ambos um sucesso e pagaram a passagem para São Paulo e o visto que tiramos lá. A onda agora é a rifa de uma impressora doada por um pai de aluna que, assim como tantos pais e mães do Espaço da Dança, colabora conosco e nos incentiva a levar esse sonho além. O sorteio é dia 18 de fevereiro e os próprios alunos a vendem com muito empenho e mantendo o sonho vivo.
Não posso afirmar que vamos, porém digo que nos empenhamos. É a luta de cada um, a do grupo e um sonho. Independente de conseguirmos ou não acho que um grande objetivo nós alcançamos: a vaga para NY. Só por isso já podemos dizer que somos felizardos. Vamos então Desejos, Espaço da Dança, ainda temos um mês de batalha pela frente. Estados Unidos, se Deus quiser, aqui vamos nós!

domingo, 23 de janeiro de 2011

Piado ao céu

acalento pássaro, que fez da minha vida
um raio de sol.
Tão pouco por aqui
e tanto amor causou
que hoje, quando você partiu
no peito ficou a dor de te perder
e nas lembranças a saudade;
insuperável.

Te amo Capitolino, onde quer que você esteja!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Aniversário, Outback e ... risadas

Era para ser apenas mais uma noite de comemoração do aniversário da @carla__assis e tudo começou na maior diversão. Outback e sua sempre presente fila de espera, parecia que estávamos com sorte; apenas quatro pessoas na nossa frente. Passava pouco das 20:30h e pouco depois a notícia de que bastava uma mesa desocupar e estávamos dentro do restaurante. Entretanto a sobremesa acabou, a conta foi paga, mas o local não era desocupado. O resultado foi cerca de 1:30h de espera, com muita fome. Isso porque baseado em nossa rotina de férias, havíamos almoçado por volta das 13h e sem o lanche fomos para o ballet. Quando voltamos foi o tempo do banho e de chegarmos ao shopping para a reunião informal do aniversário.
Finalmente as 22h conseguimos entrar para pedir. Como entrada a famosa cebola juntamente com uma porção de fritas. As batatas acabaram tão rápido que a garçonete ficou surpresa e nem fez cócegas em nossa fome. Também pudera, 13 pessoas e uma porção? Pedimos mais e foi a saga. A aproximação daqueles retângulos amarelinhos despertaram algo em nós que era como uma batalha para ver quem conseguiria comer. Ela colocou o prato na mesa e antes que pensasse em tirar o braço todos atacávamos. Literalmente. Teve gente que foi por cima, outros tentavam no grito, eu fiquei presa pelo meio e as pessoas assistiam horrorizadas. Nem pensamos na cena que proporcionamos naquele espaço sofisticado, só víamos a fome negra em nossa barriga. A moça que servia nossa mesa imediatamente perguntou de onde éramos e antes que respondêssemos completou questionando se da Etiópia.
A ficha caiu do ridículo-engraçado que proporcionamos, mas as risadas aumentavam porque, na verdade, nem ligamos para isso. E ainda completamos, colocando a culpa do próprio restaurante que nos deixou plantados do lado de fora com muitas mesas separadas e uma família com a conta paga ocupando essa em especial. Comemos, bebemos e rimos ainda muito mais. Proporcionamos ontem uma noite alegre para a aniversariante do dia (que ganhou a sobremesa do dia), aos garçons que nos atenderam e a nós mesmos!!!

ps.: O @leoborlot ainda ajudou aos que lavam a louça ao raspar todos os pratos da mesa!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Good Morning!

Tirar o visto é uma verdadeira novela. Estilo Passione, com muito drama, diversão, micos e é claro mocinho e vilão. Imagina tudo isso com um grupo de bailarinas e alguns pais, a trama ganha mais sucesso, mesmo que tenha desenrolado-se em apenas dois dias. Em uma semana que a chuva parece querer mostrar sua fúria contra todos, viajamos de ônibus praticamente buscando-a. Destino: São Paulo.
A viagem de ida era marcada pela tensão e nervosismo. Não havia certeza e precisávamos ter. Somos um grupo, 20 pessoas, e se apenas um não conseguir o elo que une a todos arrebenta. Era nós e o sonho de ir ao Youth American Grand Prix (YAGP) que começava a ser realidade. A vaga conquistada em setembro de 2010 foi o início de um turbilhão de emoções, fantasias e por que não pesadelos? Tudo parecia maravilhoso exceto por um detalhe: não tinhamos o dinheiro necessário. Lutamos, trabalhamos, fizemos rifas (e ainda vendemos uma), feijoada e chá beneficentes e conseguimos as "verdinhas" para pagar o visto e a viagem até "Sampa" para tentar tirá-lo. Agora que voltamos de lá, acho que arrecadar o que precisávamos foi a parte mais fácil.
Fila, muita fila foi o que encontramos no consulado. Era uma missão fácil enfrentá-la. Pré-entrevista, digitais e a entrevista final. Se por um lado estávamos doloridas do transporte, por outro pensávamos e torcíamos para todos conseguirem o positivo do cônsul. Marcela foi a primeira do grupo a conseguir devido a avó que estava com ela e era prioridade (maior de 65 anos), mas tudo começou mesmo foi com Alessandra que ao fazer o sinal de ok para nós fez Lili chorar (novidade). Aos poucos todos saiam abertamente felizes. E nesse tempo Lara quase levou um tombo na hora de sentar fora do banco seguindo a almofada. Laysla, coitada, foi a "bombardeada" a que nunca saía do guichê e nos fazia ficar tensas até que ... ah tudo certo! Uma a uma todos fomos conseguindo. Alguns sozinhos e outros com os pais, mas o mais importante: todos com o visto.
Na volta todos contavam a novidade a seus familiares. Sorrisos, brincadeiras e o pensamento "in New Yoooork" que agora está mais perto que nunca. Finalmente na parada o tão sonhado banho e casa, casa, casa.
E para os que acham que vida de bailarina é fácil não é. Após duas noites de pouco conforto e sono irregular, adivinhem. Temos aula e ensaaaaios, mas e daí? A gente quer é dançar, a gente quer YAGP!

domingo, 9 de janeiro de 2011

La danse

Não existe nada mais aterrorizante para uma bailarina que as férias. É um período de descanso que o corpo ganha um ócio e uma preguiça que chega ser impossível descrever. São nesses dias, ou semanas, de descanso que sentimos as dores do trabalho intenso de meses a fio. É aí que paramos para tratarmos nossos pés calejados que tem mais bolhas e cascas que vestígios de pele saudável. Esta última, aliás, também já não estava mais tão visível em meu joelho; em seu lugar marcas adquiridas nas últimas coreografias. Livres, despojadas, diferentes dos clássicos comuns, mas tão malucas quanto.
Dina Nina, famosa personagem bailarina.
Agora pior que entrar de férias é voltar delas. Isso porque fazemos uma aula normalmente ridícula que nos faz lembrar a nossa entrada no ballet: desajeitadas procuramos nosso lugar na barra. A propósito o que seria mesmo uma barra? Ah, esquece, deixa tudo pra lá. E nos vimos as voltas com as posições, os braços, limpeza do movimento, suavidade, suor. Como que em um passe de mágica os movimentos vão sendo desenhados, envergonhados ainda, porém é como andar de bicicleta; "não se desaprende".
Chega então o dia seguinte, ou melhor, a manhã seguinte. Normalmente é uma dor que não há como descrever. Reflexo e lembrança dos músculos parados, mas quem liga? Já pensamos no hoje, amanhã e depois. Acordamos prontas para a próxima aula, ensaio, apresentação e se alguém nos perguntar como estamos tenho certeza que por mais dolorida que estivermos responderemos "bem". Entretanto essa é a nossa profissão, realização e dedicação. Não ligamos se não temos unhas, pele ou calcanhares, o importante é dançar!

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Politicagem

Chovia forte em Brasília, capital da nação; deve ter sido para lavar a alma da corrupção e dos políticos para mais um ano e novos mandatos. Todos reunidos, como uma espécie de "família feliz" para assistir e celebrar a posse de Dilma Roussef, a primeira mulher a comandar o país. O partido de Lula é contemplado com mais quatro anos a frente do Brasil, mas sem o carisma do ex-presidente metalúrgico no púlpito será que acabamos na corda bamba?
Saberemos nos próximos capítulos. O fato é que Dilma precisará conciliar interesses divergentes, o que, ao meu ver, foi a maior falha do governo anterior. Não é favorecer uma classe desmerecendo a outra; é tratar todos igualitariamente. Fica na dúvida a simpatia (ou a falta dela) por parte da presidenta. Será mesmo que ela não aprendeu nada com seu antecessor? No mais destaca-se a frase "prefiro o barulho da imprensa livre ao silêncio das ditaduras."

Já no estado assume Renato Casagrande, que teve expressiva votação nas urnas, sendo o segundo governador com maior porcentagem de votos do país. Substituiu Paulo Hartung (que terminou o governo com cerca de 90% de aprovação dos eleitores). Para o Espírito Santo mais: promessas, obrigações, dívidas e obras.