quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Um sonho, um desafio

A gente não desiste. Se tem uma coisa que aprendi no ballet é ser persistente. E pelo visto as minhas amigas também. Durante todo o ano que passou ensaiamos duro e participamos de diversos concursos, mas sempre conseguindo honrar com as despesas. Entretanto inesperadamente veio uma vaga para o Youth America Grand Prix (YAGP) e uma felicidade tomou conta de todos nós. Mas passado a euforia de Nova York veio a realidade: dura, nua e crua. Com que dinheiro viajaríamos? Como o arranjaríamos? Conseguiríamos? Tentaríamos? Valeria a pena?
Todo mundo sabia que ao menos tentar nós iríamos. E é exatamente o que estamos fazendo diariamente. Pode ser que não consigamos, afinal somos um conjunto composto por 20 integrantes, mais um solista e os professores - não é pouca gente. Até o último instante vamos lutar para conseguir o dinheiro. Trabalhamos bastante desde outubro para isso. Organizamos chá e feijoada beneficente, ambos um sucesso e pagaram a passagem para São Paulo e o visto que tiramos lá. A onda agora é a rifa de uma impressora doada por um pai de aluna que, assim como tantos pais e mães do Espaço da Dança, colabora conosco e nos incentiva a levar esse sonho além. O sorteio é dia 18 de fevereiro e os próprios alunos a vendem com muito empenho e mantendo o sonho vivo.
Não posso afirmar que vamos, porém digo que nos empenhamos. É a luta de cada um, a do grupo e um sonho. Independente de conseguirmos ou não acho que um grande objetivo nós alcançamos: a vaga para NY. Só por isso já podemos dizer que somos felizardos. Vamos então Desejos, Espaço da Dança, ainda temos um mês de batalha pela frente. Estados Unidos, se Deus quiser, aqui vamos nós!

domingo, 23 de janeiro de 2011

Piado ao céu

acalento pássaro, que fez da minha vida
um raio de sol.
Tão pouco por aqui
e tanto amor causou
que hoje, quando você partiu
no peito ficou a dor de te perder
e nas lembranças a saudade;
insuperável.

Te amo Capitolino, onde quer que você esteja!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Aniversário, Outback e ... risadas

Era para ser apenas mais uma noite de comemoração do aniversário da @carla__assis e tudo começou na maior diversão. Outback e sua sempre presente fila de espera, parecia que estávamos com sorte; apenas quatro pessoas na nossa frente. Passava pouco das 20:30h e pouco depois a notícia de que bastava uma mesa desocupar e estávamos dentro do restaurante. Entretanto a sobremesa acabou, a conta foi paga, mas o local não era desocupado. O resultado foi cerca de 1:30h de espera, com muita fome. Isso porque baseado em nossa rotina de férias, havíamos almoçado por volta das 13h e sem o lanche fomos para o ballet. Quando voltamos foi o tempo do banho e de chegarmos ao shopping para a reunião informal do aniversário.
Finalmente as 22h conseguimos entrar para pedir. Como entrada a famosa cebola juntamente com uma porção de fritas. As batatas acabaram tão rápido que a garçonete ficou surpresa e nem fez cócegas em nossa fome. Também pudera, 13 pessoas e uma porção? Pedimos mais e foi a saga. A aproximação daqueles retângulos amarelinhos despertaram algo em nós que era como uma batalha para ver quem conseguiria comer. Ela colocou o prato na mesa e antes que pensasse em tirar o braço todos atacávamos. Literalmente. Teve gente que foi por cima, outros tentavam no grito, eu fiquei presa pelo meio e as pessoas assistiam horrorizadas. Nem pensamos na cena que proporcionamos naquele espaço sofisticado, só víamos a fome negra em nossa barriga. A moça que servia nossa mesa imediatamente perguntou de onde éramos e antes que respondêssemos completou questionando se da Etiópia.
A ficha caiu do ridículo-engraçado que proporcionamos, mas as risadas aumentavam porque, na verdade, nem ligamos para isso. E ainda completamos, colocando a culpa do próprio restaurante que nos deixou plantados do lado de fora com muitas mesas separadas e uma família com a conta paga ocupando essa em especial. Comemos, bebemos e rimos ainda muito mais. Proporcionamos ontem uma noite alegre para a aniversariante do dia (que ganhou a sobremesa do dia), aos garçons que nos atenderam e a nós mesmos!!!

ps.: O @leoborlot ainda ajudou aos que lavam a louça ao raspar todos os pratos da mesa!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Good Morning!

Tirar o visto é uma verdadeira novela. Estilo Passione, com muito drama, diversão, micos e é claro mocinho e vilão. Imagina tudo isso com um grupo de bailarinas e alguns pais, a trama ganha mais sucesso, mesmo que tenha desenrolado-se em apenas dois dias. Em uma semana que a chuva parece querer mostrar sua fúria contra todos, viajamos de ônibus praticamente buscando-a. Destino: São Paulo.
A viagem de ida era marcada pela tensão e nervosismo. Não havia certeza e precisávamos ter. Somos um grupo, 20 pessoas, e se apenas um não conseguir o elo que une a todos arrebenta. Era nós e o sonho de ir ao Youth American Grand Prix (YAGP) que começava a ser realidade. A vaga conquistada em setembro de 2010 foi o início de um turbilhão de emoções, fantasias e por que não pesadelos? Tudo parecia maravilhoso exceto por um detalhe: não tinhamos o dinheiro necessário. Lutamos, trabalhamos, fizemos rifas (e ainda vendemos uma), feijoada e chá beneficentes e conseguimos as "verdinhas" para pagar o visto e a viagem até "Sampa" para tentar tirá-lo. Agora que voltamos de lá, acho que arrecadar o que precisávamos foi a parte mais fácil.
Fila, muita fila foi o que encontramos no consulado. Era uma missão fácil enfrentá-la. Pré-entrevista, digitais e a entrevista final. Se por um lado estávamos doloridas do transporte, por outro pensávamos e torcíamos para todos conseguirem o positivo do cônsul. Marcela foi a primeira do grupo a conseguir devido a avó que estava com ela e era prioridade (maior de 65 anos), mas tudo começou mesmo foi com Alessandra que ao fazer o sinal de ok para nós fez Lili chorar (novidade). Aos poucos todos saiam abertamente felizes. E nesse tempo Lara quase levou um tombo na hora de sentar fora do banco seguindo a almofada. Laysla, coitada, foi a "bombardeada" a que nunca saía do guichê e nos fazia ficar tensas até que ... ah tudo certo! Uma a uma todos fomos conseguindo. Alguns sozinhos e outros com os pais, mas o mais importante: todos com o visto.
Na volta todos contavam a novidade a seus familiares. Sorrisos, brincadeiras e o pensamento "in New Yoooork" que agora está mais perto que nunca. Finalmente na parada o tão sonhado banho e casa, casa, casa.
E para os que acham que vida de bailarina é fácil não é. Após duas noites de pouco conforto e sono irregular, adivinhem. Temos aula e ensaaaaios, mas e daí? A gente quer é dançar, a gente quer YAGP!

domingo, 9 de janeiro de 2011

La danse

Não existe nada mais aterrorizante para uma bailarina que as férias. É um período de descanso que o corpo ganha um ócio e uma preguiça que chega ser impossível descrever. São nesses dias, ou semanas, de descanso que sentimos as dores do trabalho intenso de meses a fio. É aí que paramos para tratarmos nossos pés calejados que tem mais bolhas e cascas que vestígios de pele saudável. Esta última, aliás, também já não estava mais tão visível em meu joelho; em seu lugar marcas adquiridas nas últimas coreografias. Livres, despojadas, diferentes dos clássicos comuns, mas tão malucas quanto.
Dina Nina, famosa personagem bailarina.
Agora pior que entrar de férias é voltar delas. Isso porque fazemos uma aula normalmente ridícula que nos faz lembrar a nossa entrada no ballet: desajeitadas procuramos nosso lugar na barra. A propósito o que seria mesmo uma barra? Ah, esquece, deixa tudo pra lá. E nos vimos as voltas com as posições, os braços, limpeza do movimento, suavidade, suor. Como que em um passe de mágica os movimentos vão sendo desenhados, envergonhados ainda, porém é como andar de bicicleta; "não se desaprende".
Chega então o dia seguinte, ou melhor, a manhã seguinte. Normalmente é uma dor que não há como descrever. Reflexo e lembrança dos músculos parados, mas quem liga? Já pensamos no hoje, amanhã e depois. Acordamos prontas para a próxima aula, ensaio, apresentação e se alguém nos perguntar como estamos tenho certeza que por mais dolorida que estivermos responderemos "bem". Entretanto essa é a nossa profissão, realização e dedicação. Não ligamos se não temos unhas, pele ou calcanhares, o importante é dançar!

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Politicagem

Chovia forte em Brasília, capital da nação; deve ter sido para lavar a alma da corrupção e dos políticos para mais um ano e novos mandatos. Todos reunidos, como uma espécie de "família feliz" para assistir e celebrar a posse de Dilma Roussef, a primeira mulher a comandar o país. O partido de Lula é contemplado com mais quatro anos a frente do Brasil, mas sem o carisma do ex-presidente metalúrgico no púlpito será que acabamos na corda bamba?
Saberemos nos próximos capítulos. O fato é que Dilma precisará conciliar interesses divergentes, o que, ao meu ver, foi a maior falha do governo anterior. Não é favorecer uma classe desmerecendo a outra; é tratar todos igualitariamente. Fica na dúvida a simpatia (ou a falta dela) por parte da presidenta. Será mesmo que ela não aprendeu nada com seu antecessor? No mais destaca-se a frase "prefiro o barulho da imprensa livre ao silêncio das ditaduras."

Já no estado assume Renato Casagrande, que teve expressiva votação nas urnas, sendo o segundo governador com maior porcentagem de votos do país. Substituiu Paulo Hartung (que terminou o governo com cerca de 90% de aprovação dos eleitores). Para o Espírito Santo mais: promessas, obrigações, dívidas e obras.