domingo, 22 de maio de 2011

Debater, pensar, agir; eis a questão

No debate, Luciano Ribeiro, jornalista da TVE, argumentou que a mídia não auxilia nas questões ecológicas e sustentáveis porque não possui autonomia para isso, e quando tem (caso das televisões públicas) não alcança uma audiência significativa. Felipe Procópio, chefe de pauta da TV Vitória, admite que falta cobertura e que, apesar de um plano de metas, a discussão se perde no caminho. Segundo ele "a cobertura do meio ambiente é pautada no factual" e o valor notícia acaba sendo aquilo que, de acordo com os donos das empresas, fornecerá audiência e não o assunto que mereça um destaque, uma importância.
Suzana Tatagiba, presidente do Sindijornalistas ES, levanta que todo ano são as mesmas questões repetindo-se, um verdadeiro ciclo tratado da mesma forma. Ela usa a chuva como exemplo. Chove, alaga, reclama-se com o prefeito, tudo seca, obras são feitas, promessas são veiculadas e ao chover novamente recomeça a cadeia dos fatos. Daniela Klein, professora de jornalismo ambiental na Ufes, surge para provocar ainda mais diversas questões, concordando com alguns comentários da banca, mas discordando de outros. Sutilmente ela não coloca a culpa nas indústrias como Ribeiro havia feito, consegue passar a informação de que a mídia está viciada em culpar o governo, só que o debate não começa e nem termina nesse ponto.
Washington Novaes foi meio egoísta querendo sempre tomar a frente de todos e responder todas as questões propostas pelos participantes. Luciano Ribeiro propunha-se a complementar algumas, sempre alegando que o foco da mídia nessa questão precisava mudar, mas para isso acontecer alguém tem que começar, e se nem a TV estatal inicia ...
A professora da Ufes, entretanto, para delírio das minhas amigas (em especial @anycometti), soube criticar, alfinetar e acredito ter sido a única a propor soluções, ou ao menos medidas paliativas para amenizar essa grande questão dos tempos modernos. Industrializar não deve significar destruição!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Mídia Sustentável?

Debater meio ambiente parece ser uma questão batida devido a quantidade de coisas que se fala a respeito de sustentabilidade, mas não é. Discutimos o mínimo sobre uma questão tão grande e que não começou agora e nem tem prazo para acabar. Aconteceu hoje, em Vitória, um evento para discutir a cobertura do meio ambiente na mídia, com palestra de Washington Novaes.
Ações humanas geram impacto direto no meio ambiente. É certo que a temperatura do planeta está se elevando, e cada vez mais rapidamente. Ao longo desse século a previsão é que suba entre 1,4ºC e 5,8ºC, até agora já presenciamos a elevação de 0,7ºC. Tanta alteração climática acarreta drásticas consequências; entre elas o derretimento das geleiras e o aumento dos níveis dos oceanos. Para amenizar esses efeitos que acontecem atualmente, seria necessário uma diminuição de, pelo menos, 50% da poluição de forma urgente.
A China figura-se como o país mais poluidor, seguido pelos Estados Unidos. O Brasil não está muito distante no quarto lugar. De acordo com Sir Nicholas Stern,economista britânico do Banco Mundial, cada habitante brasileiro produz cerca de 11 a 12 toneladas de emissão de gases poluentes. Entretanto, o maior consumo (59%) ocorre na Amazônia devido ao desmatamento.
Atualmente, o protocolo de Kyoto é o único documento oficial a tratar da redução da emissão da poluição, mas os únicos países que o cumpriram foram Alemanha e Inglaterra. Este protocolo vence em 2012 e um novo já é discutido, porém para ocorrer a assinatura é preciso unanimidade na concordância aas cláusulas, o que não vem ocorrendo.
Nesse ponto nem a tecnologia conseguiu resolver a questão. A proposta seria a de tubos que levassem os gases para baixo da terra e dos mares. Contudo, não existe um estudo ambiental a respeito das consequências no solo diretamente e, no ecossistema marinho, biólogos são contrários por demonstrar os impactos causados na elevação do gás carbônico na composição marítima.
O correto de um modo de vida minimamente sustentável seria consumir aquilo que a biosfera é capaz de proporcionar; a isso chamamos de pegada ecológica. Hoje, consumimos cerca de 30% acima dessa capacidade, o que nos leva ao saturamento e ao que Novaes definiu como "crise do padrão civilizatório". Pense em sete bilhões de pessoas (8,5 bilhões em um futuro próximo) usufruindo, ao máximo, do planeta. Por esse ponto de vista 2012 não é tão distante assim.
Para evitar esse "esgotamento" é preciso a reformulação de alguns hábitos como as matrizes energéticas, de transporte, os padrões de consumo, construção, a conscientização da sociedade sobre como conviver em harmonia com o ambiente. A reutilização da água pela indústria, a retenção da água da chuva e o reuso da água do banho nas descargas também são importantes pontos na ideia de sustentabilidade. A palavra chave da vez é reciclar!
Segundo a Unicamp, o Brasil pode viver com 50% de consumo de energia, como na época do apagão.

Minha avaliação de palestra foi a surpresa diante de alguns dados, mas somente isso. Sinceramente, esperava algo mais impactante, o que ocorreu posteriormente no debate (que será postado em outra ocasião). Novaes prendeu-se muito na ideia dos prejuizos ambientais, o que enriqueceu a visão da devastação de forma geral, porém praticamente não aliou a mídia no contexto. Afinal eu sei, assim como muitos, que a cobertura jornalística é insuficiente nessa e em tantas questões sociais. O que eu esperava era apontar os erros de forma direta, criticar os meios, elogiar algum que porventura estivesse seguindo o caminho correto, ou ao menos ajustando a visão. Entretanto, só presenciei críticas, análises e opiniões de terceiros citados por ele e lidos em um interminável power point. É preciso ter tecnologia e, sobretudo, saber usá-la.
O título da postagem foi com a intenção de unir de forma duvidosa as duas palavras. Unir porque é o que se espera e busca e questionar devido a falta disso no jornalismo.

OBS.: O debate deixo para a próxima postagem a fim de não me estender mais nessa aqui; é muito texto.

domingo, 15 de maio de 2011

Rehearsal

Ensaios.
São exaustivos sim, acabam com os pés, corpo, nos levam ao extremo, mas são altamente necessários. Um bailarino é feito de dedicação e essa significa repetição, tentativas, erros. É um absurdo quando ouço a expressão "quer algo fácil dance ballet" porque isso é algo difícil. Ninguém quer assumir um compromisso diário de, no mínimo, 3 horas do seu dia, ou muito menos deixar de sair, gastar dinheiro com figurinos, taxas de inscrição, viagens, sapatilhas, meias, collants, mensalidades. Realmente é fácil julgar pelo que se vê em uma apresentação. Pessoas felizes, sorrindo, parecendo que aquilo que fazem é a atividade mais fácil que existe. Mera ilusão.
A rotina é pesada, mas a abdicação fala ainda mais alto, mas para o verdadeiro bailarino nada disso importa. A aula corre, o ensaio aparenta ser um piscar de olhos. e friso novamente, ensaios. O necessário para todo aquele que pretende ir ao palco. É uma prévia do que será apresentado e onde podemos e devemos aperfeiçoar os movimentos. Sempre aprendi que rendemos durante a apresentação cerca de 70% do que somos em sala de aula. Daí a importância dos ensaios e de nos esforçarmos nele a cada dia mais. Nosso pior dia em um espetáculo precisa ser, no mínimo, o de um bom ensaio. Precisamos "arrebentar" sempre, procurando superar as expectativas, falar ainda mais com os movimentos.
Ensaios.
Rehearsal.
Ensaios.

Essa palavra é uma das que movem a rotina de uma bailarina; ensaio.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Três pontinhos

Prisão dos olhares,
gradeado;
passado, presente, futuro,
tudo se completa.

Hora
incerta
a meta cruza
as direções.
Do reto ao oblíquo
curvas
na conjugação do que chamamos de
estrada.

Os caminhos já são percorridos
corridos
no balanço da vida que levamos
estagnados, lentos, rápidos
encerramos.

domingo, 1 de maio de 2011

Fotografia, a arte da lembrança

Iza Possatto - vista do Empire State


Retratos são lembranças eternizadas em nossa memória. São especiais e ganham vida só de olhar. Podem ser engraçados, tristes, especiais, posados, espontâneos, diversificados. Eles nos trazem de volta ao lugar ou a situação em que foram tirados e revivemos aquele momento tantas e tantas vezes.
As fotos que escolhi hoje foram as primeiras tiradas na euforia de uma máquina nova. Sem muita experiência, profissionalismo, mas com um alto teor de lembrança. Elas remetem a Nova York, a cidade que não para. Ambas foram tiradas no mesmo dia, no alto do Empire State e retratam a vista da grande metrópole. Encantadora. Ainda recordo os sentimentos e os momentos em que tirei a foto quando a vejo. É como se estivesse acontecendo tudo novamente a cada vez que a vejo.

Iza Possatto - vista do Empire State