quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Trilogia Millenium - ótima descoberta

Ser diretora de jornalismo de uma Empresa Júnior não é fácil, e ainda conciliar isso com projeto de pesquisa, universidade e dança menos ainda. Dei uma parada nas postagens por falta de tempo (coisa que eu nunca tenho mesmo, já acostumei), mas retomo agora.
Muitos foram os livros lidos durante essa pausa, mas um - ou melhor três - em especial chamou minha atenção. Falo aqui da trilogia Millenium, que causou grande impacto no ano passado com o lançamento do filme "Os homens que não amavam as mulheres".
 
Já havia ouvido por alto comentários sobre essa trilogia, porém nunca havia me atentado o quanto ela me interessaria. Suspence, bom enredo, toques de romance e muita coisa no ar. Tudo isso faz parte dos livros "Os homens que não amavam as mulheres", "A menina que brincava com fogo" e "A rainha do castelo de ar", de Stieg Larsson.
O autor dedica-se inteiramente ao tema do estupro como o central na narrativa. Em algumas partes a brutalidade que ele descreve a atmosfera pode até chocar o leitor. Pesquisando li em alguns sites alguns comentários que Larsson testemunhou em sua adolescência um estupro coletivo de uma jovem. Não sei até que ponto essa história é verídica, mas certamente essa fixação dele por esse assunto deve ter um fator para isso.
Apesar de ser uma trilogia, ao analisar separadamente o primeiro livro acaba sendo mais separado dos outros dois. É claro que quem opta por assistir o filme e ler os outros volumes perde essência e detalhes que podem deixar um espaço não preenchido em algumas partes do enredo. São volumes grandes, contudo possuem uma linguagem que flui. As palavras se completam e quando você começa a ler acaba preso à história e deseja saber o final - ainda que nos dois primeiros volumes não exista um final concreto (o que existe é um literal e inacabado, somente para satisfazer o leitor naquele momento a aguardar pela próxima publicação).
Como personagens centrais temos um jornalista, Mikael Blomkvist, e a hacker Lisbeth Salander. Os demais personagens variam de acordo com os livros; alguns se repetem, outros são novos e poucos são citados em todos, mas como personagens secundários.
 
Em "Os homens que não amavam as mulheres", Mikael Blomkvist perde credibilidade após uma publicação em sua revista, a Millenium. Para comprovar seu texto e ter tempo de buscar provas ele aceita um emprego como investigador disfarçado em um povoado distante da redação. Ele deveria passar-se por um escritor e realizar buscas por uma mulher desaparecida ou mesmo comprovar um crime contra ela - já que não haviam provas em relação ao desaparecimento e nenhum corpo nunca apareceu. Para ajudá-lo nesse desafio ele contrata Lisbeth Salander e usa seus talentos de hacker e investigadora para chegar a verdade.
 
"A menina que brincava com fogo" Lisbeth ganha a vez como protagonista. Se no primeiro livro ela já mostrava não ter nada de menina frágil, apesar de ser descrita nos moldes do que seria considerado delicado, nesse volume ela mostra sua força, inteligência e capacidade de resolver enigmas. Após um ano de viagens, Lisbeth Salander volta para a Suécia e acaba acusada de diversos crimes que não cometeu, entre eles a morte de Dag Svensson e sua namorada Mia. Dag havia sido contratado como freelancer pela Millenium - revista de Mikael Blomkvist - e estava prestes a publicar uma matéria investigativa sobre o tráfico de mulheres, enquanto Mia estava concluindo um livro que explorava além desse conteúdo, as ligações entre a SAPO - uma agência "extinta" da União Soviética. Por conhecer Lisbeth, Mikael reunirá forças e provas para provar a inocência de sua amiga.
 
O último volume "A rainha do castelo de ar" apresenta o desfecho e a ligação de vários personagens que poderiam parecer "soltos" na história até então. Finalmente o leitor descobrirá ao certo quem é Lisbeth Salander, seu passado e o que a levou a ter essa personalidade e se esquivar dessa maneira de tudo e todos. Na trama há Blomkvist horrorizado com toda história da menina e com o serviço secreto russo, que optou por internar Salander em uma clínica psiquiátrica e declará-la incapaz em troca de um assassino. Além disso também foram capazes de incriminá-la por diversos crimes (volume 2). A partir disso o jornalista irá reunir todas as forças e provas para ajudá-la a descobrir o responsável por tudo. E grandes revelações esperam nesse livro.
 
Bom, muitos são os elogios a essas edições, porém registro uma crítica. O final da trilogia é comum, sem nada grandioso e fica no ar se o autor algum dia não pensou em uma sequência ou um um volume explicativo de algum tempo depois. Nenhum personagem ganha um final marcado. Isso nunca saberemos ao certo, pois Stieg Larsson faleceu antes mesmo de poder conferir o sucesso de suas publicações.
 
Por hoje fico com essa postagem. Acompanhem as próximas histórias!