domingo, 15 de agosto de 2010

Luzes, câmeras e imaginação



Fui uma criança com uma tremenda imaginação. Talvez isso sejam culpa dos livros ou das fábulas infantis que eu devorava mais que o almoço de cada dia; talvez seja simplesmente culpa dos filmes que sempre gostei de assistir. Não sei, a única certeza que tenho é que eu viajava e sonhava que realmente poderia viver aquela ficção na realidade.
Eram diversos tipos de filmes, mas os mais divertidos eram sempre os de espiões ou de investigação. Bastava então imaginar o enredo, arranjar objetos que pudessem fazer parte da narrativa e brincar. Eu tinha inclusive um caderinho de anotações no qual anotava tudo que acontecia na minha rua. Cadeira a postos, caneta e agenda de anotações e ali passava a tarde ou o tempo que me fosse permitido brincar e imaginar até a hora que vovó chamasse para ir ao ballet.
Assisti Xuxa quando ela tinha bons programas (ao menos para mim o Xuxa Park era atração), Angélica com Bambuluá, como novela era assídua de Chiquititas, escutei Sandy&Junior, dancei É o Tchan, assistia ao desenho do touro Ferdinando que era um touro diferente dos demais e tinha praticamente todos os filmes da Disney.
E de repente eu voltava a ser a Izabelly, uma menina comum, assim como os espiões com suas identidades secretas. Eu tive infância, e uma infância saudável vivida até o último instante; não, eu ainda tenho infância. A aparente alienação e criação de um mundo paralelo já não existem mais, o mundo é a realidade e por mais utópico e imaginário que seja o desejo agora é que ele vire realidade.

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