terça-feira, 17 de setembro de 2013

Registros

Julho, agosto e uma parte de setembro passaram e o blog ficou. Parado em uma dimensão, não escrito, não bailado. Devo isso a uma agenda corrida, reflexos da recuperação de greve da universidade federal, dos compromissos e da dança.

Prometo tentar voltar com uma certa regularidade. No momento acabo de chegar de duas competições em sequência e inicio o Trabalho de Conclusão de Curso, por isso sei que essa tarefa pode não ser tão fácil de manter, mas tentarei.

Por hoje deixo mais uma das minhas inúmeras reflexões que não necessariamente tem um final.


Interpretação

Nunca mais pode ser em vão
pode ser breve, até logo, passageiro.
Nunca mais é forte, é fraco
é palavra jogada e nem sempre seguida.
Nunca mais é algo muito longo para ser dito
principalmente em dias de mudança.
É marcante, fixa.
Nunca mais talvez seja um até amanhã
ou mesmo um breve adeus.
Tem cara de despedida,
de encontro e de partida.
Nunca não diz sempre nunca
mais pode ser menos
ou menos mais.
Tanto faz.


Nunca mais.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Fragmentalismo

Menos fraquezas que levam a incertezas.
Menos histórias mal contadas, desculpas inventadas e frases desconexas.
Menos ontem e amanhã.
Mais hoje
Mais certeza
Mais além.

Mais amor, vida, construção e palavras doces.
Mais sentimentalismo
sentimento sinto amo
sentimentando.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Reflexão com sentimentalismo, a história de Querido John



O livro Querido John pode não ser um clássico da literatura, mas me faz lembrar de alguns outros que realmente emocionam. Nicholas Sparks é um mestre nessa arte da lágrima derramada. Na verdade ele é um dos verdadeiros artistas, porque você lê, envolve-se com o enredo e com os personagens, imagina as cenas e até os aspectos de cada um e quando percebe está aos prantos porque realmente acredita naquela história. Li apenas três livros dele e hoje relato Querido John aqui segundo minha visão. Não quero subestimar opiniões profissionais e tampouco dizer que minhas colocações são estritamente verdadeiras, apenas gostaria de colocar minhas palavras e as visões que tive após ler o livro.

Tive a oportunidade de conhecer John Tyree e Savannah Lynn Curtis - os protagonistas da história - antes de qualquer trailer ou das primeiras imagens do filme em minha memória. Não fariam diferença porque confesso que o livro é infinitamente mais emocionante. Sparks descreve e analisa tão subjetivamente cada personagem que você sente cheiros e imagina assistir a história ao vivo naquele instante. Um amor que nasce do imprevisto, que floresce da amizade prova em mais uma história que amigos nem sempre precisam ser somente amigos. O que aconteceria se John e Savannah nunca tivessem arriscado? Milhões de lágrimas a menos tenho certeza.

Querido John relata um amor à distância, que se mantém ao longo do ano com a promessa de um reencontro após John servir o tempo de exército necessário. Cartas e longas declarações de amor eram trocadas com ânsia de jovens amantes apaixonados. Tudo parece bem e encaminha-se para o final feliz das histórias românticas de sucesso "Hollywoodiana", porém nesse meio tempo uma tragédia americana acontece: o atentado contra as Torres Gêmeas e o Pentágono. John como cidadão americano sente-se tocado e entende a necessidade de servir novamente pelo país, defender suas bases e ideologia. Savannah não entende essa escolha e, apesar de um amor puro e visível entre os dois, o relacionamento é interrompido. As vidas passam e o livro mostra que quando o amor é verdadeiro nunca deixa de ser sentido quando se pensa ou está com a pessoa certa.

Narrado em primeira pessoa, Querido John ainda aborda outras histórias paralelas que também compõem o enredo e fazem parte do significado do amor. Há o claro amor entre pai e filho explícito na relação de John e seu pai (que criou o filho após o abandono da mulher), além do amor fraternal, que leva Savannah a envolver-se com outra pessoa durante a história. Talvez a falha do filme tenha sido não conseguir passar a importância de todas as histórias e reflexões sobre esse sentimento. O livro é muito mais que o casal principal, ele transborda emoção. É uma leitura profunda e que merece ser feita única e exclusivamente se você tem tempo e paciência para pensar em suas atitudes e emoções. Não é somente o texto ou o contexto que encantam, são as reflexões que você pode tirar deles que transformam a história em uma narrativa única e singular.

Minha dica é ler sempre. Prefira o livro ao invés do filme, caso sua curiosidade seja muita assista, mas somente depois de apreciar a leitura porque a publicação é fantástica, ao contrário do longa metragem. Leia e envolva-se com cada um dos personagens, experimente usar sua imaginação. Você verá que com Sparks isso é possível - na verdade arrisco a dizer que é exigido. O seu subconsciente imagina as paisagens e cada cena. São inúmeros frames que passam em sua mente a cada linha. E quando a primeira lágrima cair saiba que é apenas o início, muitas outras virão. Concentre-se em continuar a viver a história e aproveite a emoção.



Nicholas Sparks viveu sua juventude na Califórnia e atualmente reside na Carolina do Norte com sua família. Em 1988 graduou-se em Economia pela Universidade de Notre Dame e seu sonho era o de ser um atleta de alto nível - sonho esse que foi abandonado após um acidente. Começou a escrever enquanto trabalhava como delegado de informação médica, e quando surge uma agente disposta a representá-lo e propõe a venda dos direitos de seu primeiro romance (Diário de uma Paixão) à Warner Books, Sparks conquista o gosto do público feminino.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Intitulado

Reúne. Organiza. Agita. Sorri. Grita. Aplaude. Brinca. Dorme. Estuda. Preocupa. Conta. Recolhe. Pensa. Arruma. Programa. Escreve. Apaga. Anota. Confere. Olha. Fotografa. Filma. Posa. Anda. Entra. Sai. Tenta. Erra. Tenta. Acerta. Fala. Escuta. Questiona. Ouve. Rescreve. Corrige. Confia. Conduz. Exercita. Durma. Acorda. Descubra.

... que o dia passou e muito mais coisas você fez e aprendeu.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O talento de Janet Malcolm em "Anatomia de um julgamento"


Em Junho do ano passado fui apresentada a um livro que passou a ser minha busca constante nas livrarias. Infelizmente aqui no estado ele não era dos mais fáceis de ser localizado, ou quando encontrado acabava figurando-se muito caro. Anatomia de um julgamento: Ifigênia em Forest Hills foi escrito por Janet Malcolm - mesma autora do consagrado livro O jornalista e o assassino (conhecido por profissionais da comunicação).
O livro descreve um julgamento a partir do ponto de vista da jornalista que o presenciou e teve a oportunidade de acompanhar o caso desde o início até o final da sentença. Inicialmente o caso parece ser simples. As provas levam a crer que a respeitada médica Mazoltuv Borukhova, uma judia ortodoxa de uma seita bucarana, contratou uma pessoa para matar o ex-marido, um dentista. O motivo seria a perda da guarda da única filha do casal após o divórcio. Todos esperam uma condenação rápida e sem muita demora, a imprensa cobre o caso como a vitória certa da promotoria.
O caso se desenrola e paira a eterna dúvida no ar sobre a cobertura da imprensa a o uso dos meios de comunicação para manipulação inclusive do próprio corpo de jurados. Não apontarei o final do livro, mas posso dizer que o desenrolar da história acrescido com a entrevista que há no último capítulo servem para refletir o poder da imprensa e do jornalista. São verdades, sabedoria e experiência que Malcolm passa em suas respostas.
O interessante de observar é que a escrita do livro segue um padrão consistente com uma matéria. É como se fosse um artigo descritivo, sem ficção alguma. São fatos contados de maneira consistente e direta, em uma linguagem fácil de ser entendida e para prender a atenção do leitor, mesmo daqueles que não são das áreas de comunicação ou direito - as mais explícitas no julgamento.
A capa da publicação é de longe a mais interessante (ou perto) das que eu vi. Em um tom marrom puxado para o vermelho, combina algumas tipografias e cores, mas não apresenta nada de atraente. O que talvez chame atenção logo de cara é a sinopse que foi o que prendeu minha atenção. Se a capa não me cativou, não posso dizer o mesmo do conteúdo, e foi lendo um pouco mais do livro é que me interessei.
Para aqueles e aquelas que leram esse livro e gostaram do estilo, da temática e querem a reflexão do impacto da cobertura do jornalismo em nossa sociedade, recomendo Bar Bodega, já descrito aqui em postagem anterior (para acessar a postagem clique no hiperlink).

Janet Malcolm: natural de Praga, emigrou para os Estados Unidos com a família aos cinco anos, em 1939. É escritora da revista norte americana The New Yorker e autora de diversos outros livros, entre eles o consagrado "O jornalista e o assassino".