segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Intitulado

Reúne. Organiza. Agita. Sorri. Grita. Aplaude. Brinca. Dorme. Estuda. Preocupa. Conta. Recolhe. Pensa. Arruma. Programa. Escreve. Apaga. Anota. Confere. Olha. Fotografa. Filma. Posa. Anda. Entra. Sai. Tenta. Erra. Tenta. Acerta. Fala. Escuta. Questiona. Ouve. Rescreve. Corrige. Confia. Conduz. Exercita. Durma. Acorda. Descubra.

... que o dia passou e muito mais coisas você fez e aprendeu.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O talento de Janet Malcolm em "Anatomia de um julgamento"


Em Junho do ano passado fui apresentada a um livro que passou a ser minha busca constante nas livrarias. Infelizmente aqui no estado ele não era dos mais fáceis de ser localizado, ou quando encontrado acabava figurando-se muito caro. Anatomia de um julgamento: Ifigênia em Forest Hills foi escrito por Janet Malcolm - mesma autora do consagrado livro O jornalista e o assassino (conhecido por profissionais da comunicação).
O livro descreve um julgamento a partir do ponto de vista da jornalista que o presenciou e teve a oportunidade de acompanhar o caso desde o início até o final da sentença. Inicialmente o caso parece ser simples. As provas levam a crer que a respeitada médica Mazoltuv Borukhova, uma judia ortodoxa de uma seita bucarana, contratou uma pessoa para matar o ex-marido, um dentista. O motivo seria a perda da guarda da única filha do casal após o divórcio. Todos esperam uma condenação rápida e sem muita demora, a imprensa cobre o caso como a vitória certa da promotoria.
O caso se desenrola e paira a eterna dúvida no ar sobre a cobertura da imprensa a o uso dos meios de comunicação para manipulação inclusive do próprio corpo de jurados. Não apontarei o final do livro, mas posso dizer que o desenrolar da história acrescido com a entrevista que há no último capítulo servem para refletir o poder da imprensa e do jornalista. São verdades, sabedoria e experiência que Malcolm passa em suas respostas.
O interessante de observar é que a escrita do livro segue um padrão consistente com uma matéria. É como se fosse um artigo descritivo, sem ficção alguma. São fatos contados de maneira consistente e direta, em uma linguagem fácil de ser entendida e para prender a atenção do leitor, mesmo daqueles que não são das áreas de comunicação ou direito - as mais explícitas no julgamento.
A capa da publicação é de longe a mais interessante (ou perto) das que eu vi. Em um tom marrom puxado para o vermelho, combina algumas tipografias e cores, mas não apresenta nada de atraente. O que talvez chame atenção logo de cara é a sinopse que foi o que prendeu minha atenção. Se a capa não me cativou, não posso dizer o mesmo do conteúdo, e foi lendo um pouco mais do livro é que me interessei.
Para aqueles e aquelas que leram esse livro e gostaram do estilo, da temática e querem a reflexão do impacto da cobertura do jornalismo em nossa sociedade, recomendo Bar Bodega, já descrito aqui em postagem anterior (para acessar a postagem clique no hiperlink).

Janet Malcolm: natural de Praga, emigrou para os Estados Unidos com a família aos cinco anos, em 1939. É escritora da revista norte americana The New Yorker e autora de diversos outros livros, entre eles o consagrado "O jornalista e o assassino".