segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

É tudo novo, de novo.

Dois mil e doze, um ano que definitivamente não terminou. Paródias a parte com o livro de Zuenir Ventura, vivemos 12 meses na expectativa de um fim para uns e novo começo para outros. O mundo felizmente não acabou - se é que em algum momento realmente chegou-se a acreditar nesse final - e os fogos agora simbolizam muito mais um recomeço. E nada melhor do que iniciar uma nova jornada, lançar sonhos e desafios a fim de que barreiras sejam quebradas ao longo de doze meses.
Em 2012 eu aprendi a me ouvir mais e fazer ser ouvida. Pude conhecer novas pessoas, viajar, sorrir, chorar e comemorar. Coincidentemente três anos após meu primeiro diploma, o do Bolshoi, recebi meu segundo; dessa vez estava formada pela Escuela Nacional de Cuba, um novo sonho e desafio concretizado após tantos anos de escola. Somado a isso inúmeras conquistas e muito aprendizado. Que no ano que começa eu possa ousar e ir além, não ter medo de arriscar e investir tudo naquilo que realmente acredito e quero, ao menos momentaneamente, para minha vida.
O ano que acaba hoje foi o do conhecimento, ouso dizer. Quantas viagens e descobertas. Ilhéus, Ouro Preto, Joinville e Paraty. Seja com a família, com os amigos da Ufes ou do ballet, todas elas tiveram momentos incríveis e histórias que valem a pena ser registradas. Em uma conheci o tal do "molhinho branco"e registrei para nunca mais prová-lo puro (a menos que queira chorar e salivar por quase meia hora), descobri tanto de Jorge Amado; numa aventura descobri o quão perigoso pode ser pedir um táxi para aventurar-se por ladeiras íngremes e como precisamos de boa forma para subir um morro; a de Julho merece destaque pela felicidade que foi alcançar uma meta e olhar para o troféu, eternizado na escola, além de poder ter reencontrado pessoas incríveis e descoberto o quão desesperador pode ser a palavra alojamento. Por último, mas não menos especial, os segredos de uma cidadezinha própria para o turismo, a paisagem do passeio de escuna, as trocas de experiências, as fotos maravilhosas; o nascer do sol. Muitas foram as risadas e gargalhadas em todas elas.
Amizades foram mantidas, cada uma com sua particularidade. Velhos conhecidos aproximaram-se, quase todos mantiveram-se. É o momento de olhar para trás e ver quanto mudou, ainda que essa mudança tenha sido em tão pouco tempo. Laços estreitaram-se e promessas de um contato duradouro renovaram com o final dessa etapa.



O que esperar depois disso de 2013?
A cada ano que passa essa pergunta fica mais difícil que o anterior. Isso porque os sonhos, a medida que são alcançados, evoluem e tornam-se mais dinâmicos e ousados. Amadureço e lembro que agora é preciso pensar no que farei da vida. A faculdade entra em sua reta final, aproxima-se o trabalho de conclusão de curso, o mercado de trabalho e como tudo ficará? As amizades restringem-se, alguns poucos sobraram do Ensino Médio, esses são os verdadeiros. Uns mudaram, outros ainda evoluirão, poucos estagnaram-se na vida. Não importa, cada um tem as suas metas, seus desejos e seus próprios destinos, cabe a mim como amiga estar ao lado de cada um como suporte e para ouvir a todos.
Que comece meu novo ano, e em 2013 espero que realmente seja tudo novo. Desejo profundamente minha graduação, e, para isso, espero que as universidades não entrem em greve. Um pedido sincero e um dos maiores. Os outros? Deixo como reflexão geral!

A todos um excelente Réveillon, repleto de novos sonhos e realizações. Nos vemos ano que vem!

domingo, 23 de dezembro de 2012

Eu confesso, sou viciada

Muitas pessoas tem um vício. Algumas de chocolate, cigarros, bebidas, carros, dinheiro. Eu também tenho os meus. Sou apaixonada por séries, aquelas americanas, britânicas, espanholas e todas as outras que possam ser simplesmente geniais. Não sei o que me faz grudar em uma série, na verdade nunca nem parei para pensar nesse pequeno detalhe. Só tenho o conhecimento que quando começo despretensiosamente a assistir uma série, sempre falo comigo que já tenho episódios demais para acompanhar e que aquela ali é só mais um passatempo entre as “final seasons” entre uma temporada e outra; pura ilusão.
Sabe qual a sensação de começar uma história, identificar-se com algum dos personagens ou mesmo com o enredo? Acha aquilo tudo muito surreal e ao mesmo tempo emocionante? Então bem vindo(a) ao time dos aficionados por séries. Aquelas produções que muitos comparam as novelas – um desrespeito. São episódios independentes, ou não, que geralmente mantém um núcleo central mais restrito e tem uma preparação e riqueza de detalhes muito maior que os folhetins brasileiros a que estamos acostumados. Ser viciado em seriados significa esperar arduamente cada lançamento, spoiler, promo, além de sofrer no período de abstenção – entre uma temporada e a próxima. Quer gosto pior do que saber, por exemplo, que aquela pode ser a última?
Tantos episódios já passaram pelo meu intenso acompanhamento. Inúmeros outros eu assisti “só de passagem”, não me identifiquei. O problema é quando eu gosto da coisa; vicio. Vejo títulos que diversas pessoas nem conhecem, são retardados, infantis, não mereceriam atenção de ninguém, mas e daí? Eu gosto, eu não ligo. Existem tantos vícios maléficos, considero esse uma espécie de autoajuda. Por causa dos seriados passei a estar imersa em outra língua, obrigando-me por diversas vezes a entender sem legenda o episódio inteiro – era isso ou esperar lançarem a legenda.
Então alguém me pergunta: “mas a quantas você acompanha?”. E sou obrigada a responder que não tenho a menor ideia. É sério. Tudo que sei é que existe uma lista que vou baixando e deliciando-me em todos os momentos livres que tenho, e diga-se de passagem que são raríssimos com a faculdade, o namorado, as saídas e minhas outras paixões que são a dança e os livros. Acredite que para um viciado tudo é possível e válido e sempre há espaço na agenda para mais um episódio.

Eu confessei que sou uma viciada. Já baixei até seriados que haviam terminado somente para meu deleite. A história mais épica foi assistir desde o primeiro episódio de ER, iniciado quando eu ainda era uma criança, até chegar na 13ª temporada, quando realmente consegui pegar o final da série. Hoje rio só de pensar o quanto me encantei com Abby ou Luka em seus mais diversos momentos. Ano passado despedi-me de House, que marcou meu Ensino Médio e por algum tempo foi um dos poucos títulos que acompanhava. Nada como doenças inimagináveis e enigmáticas, não havia o impossível para Gregory House. Após a saída da Cuddy decepcionei-me com todo o enredo e a história perdeu fundamento, entretanto lá estava eu a acompanhar a cada semana até o último, e lastimável episódio. A sorte é que os bons momentos do médico e de sua equipe superaram as duas terríveis últimas temporadas na minha opinião.
Semana passada um novo adeus. Gossip Girl me pegou desprevenida, o estilo de série que eu abominava, porém quando parei e resolvi superar meus preconceitos iniciais digo que calei minha boca. Ao contrário de House, um desfecho fantástico e muito melhor que os episódios iniciais. Em altos e baixos de seis temporadas, não foi de longe a melhor, contudo merece bons elogios, principalmente quando se trata de quem estava por trás da Gossip Girl, XoXo.
Pasmem ou não tem muitas outras em minha listinha que prefiro não comentar para evitar preconceitos ou julgamentos. Digo apenas que elas incluem desde séries policiais até médicas e adolescentes, vale de tudo – ou quase isso.
Esse foi meu vício confessado. E você, quais os seus vícios?

sábado, 22 de setembro de 2012

Um pequeno, porém sábio príncipe

Desde criança sempre fui apaixonada pelos livros. Lia tudo que me dessem e ainda conseguia ser uma viciada na biblioteca da escola quando muitos nem sabiam direito o que era isso. Aprendi a gostar de tantos livros e me encantar com diferentes histórias que muitas delas ainda são minhas companheiras anos depois, sempre lidas e com um olhar diferente. Um desses contos é o do "Pequeno Príncipe".
Com cerca de 9 ou 10 anos o li pela primeira vez. Não compreendi de imediato a essência das aventuras do príncipe, mas não deixei de ficar encantada com o livro e aquelas ilustrações estranhas que pareciam feitas por uma criança. Achei legal, nada mais que isso. Anos depois alguns professores comentaram sobre a riqueza da história e resolvi que deveria dar mais uma lida. Nessa época eu já devia estar com cerca de 14 anos, e surpreendi-me como nada mais parecia-se com a leitura que eu havia feito anteriormente. Prestei atenção em partes que eu jurava nunca ter percebido, tive uma outra visão literária e decidi que esse realmente era um livro incrível e digno de diversas interpretações. Por isso já mais velha resolvi que adoraria ter um exemplar e decidi comprá-lo em francês, pois nada melhor que a linguagem original dele, assim como as ilustrações.
É o livro de versão francesa mais vendido no mundo e uns dizem tratar-se da terceira obra mais traduzida mundialmente, tendo sido publicado em cerca de 220 idiomas ou dialetos.
 
Le Petit Prince nos mostra através de uma criança uma maneira filosófica e por meio do planeta que habitamos, os segredos e presentes da natureza. Além de escancancarar a solidão e as características, vaidades e histórias humanas. Por isso cada vez que o lê surge uma nova descoberta, uma maneira diferente de interpretar o enredo que é simples e marca com mensagens otimistas e de valorização do mundo em que vivemos. Toda essa obra de Saint-Exupéry trabalha os valores e por isso é tão indicada para todas as idades.
Abaixo um pequeno trecho do livro original em francês, seguido da tradução em português. É uma parte do diálogo entre o pequeno príncipe e uma raposa e nos dá uma dimensão da leveza e profundidade da leitura.
 
Em Francês:
"Je cherche les hommes, dit le petit prince. Qu’est-ce que signifie “apprivoiser”?
- Les hommes, dit le renard, ils ont des fusils et ils chassent. C’est bien gênant! Il élèvent aussi des poules. C’est leur seul intérêt. Tu cherches des poules?
- Non, dit le petit prince. Je cherche des amis. Qu’est-ce que signifie “apprivoiser”?
- C’est une chose trop oubliée, dit le renard. Ca signifie “créer des liens…”
- Créer des liens?
- Bien sûr, dit le renard. Tu n’es encore pour moi qu’un petit garçon tout semblable à cent mille petits garçons. Et je n’ai pas besoin de toi. Et tu n’a pas besoin de moi non plus. Je ne suis pour toi qu’un renard semblable à cent mille renards. Mais, si tu m’apprivoises, nous aurons besoin l’un de l’autre. Tu seras pour moi unique au monde. Je serai pour toi unique au monde…
- Je commence à comprendre, dit le petit prince. Il y a une fleur… je crois qu’elle m’aapprivoisé…"
 
Em Português:
"– Procuro os homens – disse o pequeno príncipe. – Que quer dizer “cativar”?
– Os homens – disse a raposa – têm fuzis e caçam. É assustador! Criam galinhas também. É a única coisa que fazem de interessante. Tu procuras galinhas?
– Não – disse o príncipe. – Eu procuro amigos. Que quer dizer “cativar”?
– É algo quase sempre esquecido – disse a raposa. – Significa “criar laços”…
– Criar laços?
– Exatamente – disse a raposa. – Tu não és ainda para mim senão um garoto igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo.
– Começo a compreender – disse o pequeno príncipe. – Existe uma flor… eu creio que ela me cativou…"
 
 
Essa é a minha dica de leitura para essa semana. É realmente um livro digno de ser lido e relido, sempre com um novo olhar e descoberta.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Trilogia Millenium - ótima descoberta

Ser diretora de jornalismo de uma Empresa Júnior não é fácil, e ainda conciliar isso com projeto de pesquisa, universidade e dança menos ainda. Dei uma parada nas postagens por falta de tempo (coisa que eu nunca tenho mesmo, já acostumei), mas retomo agora.
Muitos foram os livros lidos durante essa pausa, mas um - ou melhor três - em especial chamou minha atenção. Falo aqui da trilogia Millenium, que causou grande impacto no ano passado com o lançamento do filme "Os homens que não amavam as mulheres".
 
Já havia ouvido por alto comentários sobre essa trilogia, porém nunca havia me atentado o quanto ela me interessaria. Suspence, bom enredo, toques de romance e muita coisa no ar. Tudo isso faz parte dos livros "Os homens que não amavam as mulheres", "A menina que brincava com fogo" e "A rainha do castelo de ar", de Stieg Larsson.
O autor dedica-se inteiramente ao tema do estupro como o central na narrativa. Em algumas partes a brutalidade que ele descreve a atmosfera pode até chocar o leitor. Pesquisando li em alguns sites alguns comentários que Larsson testemunhou em sua adolescência um estupro coletivo de uma jovem. Não sei até que ponto essa história é verídica, mas certamente essa fixação dele por esse assunto deve ter um fator para isso.
Apesar de ser uma trilogia, ao analisar separadamente o primeiro livro acaba sendo mais separado dos outros dois. É claro que quem opta por assistir o filme e ler os outros volumes perde essência e detalhes que podem deixar um espaço não preenchido em algumas partes do enredo. São volumes grandes, contudo possuem uma linguagem que flui. As palavras se completam e quando você começa a ler acaba preso à história e deseja saber o final - ainda que nos dois primeiros volumes não exista um final concreto (o que existe é um literal e inacabado, somente para satisfazer o leitor naquele momento a aguardar pela próxima publicação).
Como personagens centrais temos um jornalista, Mikael Blomkvist, e a hacker Lisbeth Salander. Os demais personagens variam de acordo com os livros; alguns se repetem, outros são novos e poucos são citados em todos, mas como personagens secundários.
 
Em "Os homens que não amavam as mulheres", Mikael Blomkvist perde credibilidade após uma publicação em sua revista, a Millenium. Para comprovar seu texto e ter tempo de buscar provas ele aceita um emprego como investigador disfarçado em um povoado distante da redação. Ele deveria passar-se por um escritor e realizar buscas por uma mulher desaparecida ou mesmo comprovar um crime contra ela - já que não haviam provas em relação ao desaparecimento e nenhum corpo nunca apareceu. Para ajudá-lo nesse desafio ele contrata Lisbeth Salander e usa seus talentos de hacker e investigadora para chegar a verdade.
 
"A menina que brincava com fogo" Lisbeth ganha a vez como protagonista. Se no primeiro livro ela já mostrava não ter nada de menina frágil, apesar de ser descrita nos moldes do que seria considerado delicado, nesse volume ela mostra sua força, inteligência e capacidade de resolver enigmas. Após um ano de viagens, Lisbeth Salander volta para a Suécia e acaba acusada de diversos crimes que não cometeu, entre eles a morte de Dag Svensson e sua namorada Mia. Dag havia sido contratado como freelancer pela Millenium - revista de Mikael Blomkvist - e estava prestes a publicar uma matéria investigativa sobre o tráfico de mulheres, enquanto Mia estava concluindo um livro que explorava além desse conteúdo, as ligações entre a SAPO - uma agência "extinta" da União Soviética. Por conhecer Lisbeth, Mikael reunirá forças e provas para provar a inocência de sua amiga.
 
O último volume "A rainha do castelo de ar" apresenta o desfecho e a ligação de vários personagens que poderiam parecer "soltos" na história até então. Finalmente o leitor descobrirá ao certo quem é Lisbeth Salander, seu passado e o que a levou a ter essa personalidade e se esquivar dessa maneira de tudo e todos. Na trama há Blomkvist horrorizado com toda história da menina e com o serviço secreto russo, que optou por internar Salander em uma clínica psiquiátrica e declará-la incapaz em troca de um assassino. Além disso também foram capazes de incriminá-la por diversos crimes (volume 2). A partir disso o jornalista irá reunir todas as forças e provas para ajudá-la a descobrir o responsável por tudo. E grandes revelações esperam nesse livro.
 
Bom, muitos são os elogios a essas edições, porém registro uma crítica. O final da trilogia é comum, sem nada grandioso e fica no ar se o autor algum dia não pensou em uma sequência ou um um volume explicativo de algum tempo depois. Nenhum personagem ganha um final marcado. Isso nunca saberemos ao certo, pois Stieg Larsson faleceu antes mesmo de poder conferir o sucesso de suas publicações.
 
Por hoje fico com essa postagem. Acompanhem as próximas histórias!

domingo, 25 de março de 2012

Vários mundos, mundos de Crestomanci

"Os mundos de Crestomanci" são livros infanto-juvenis sobre um mago, que controla o uso da magia em um mundo em que esta não é algo estranho ao cotidiano. Nas palavras dele cada pessoa nasce com diferentes cópias dela mesmo espalhada em inúmeros mundos paralelos. Ele é um Mago que é uma exceção a essa divisão de vidas. Todas as inúmeras vidas estão contidas nele em um só mundo e, por isso, todo cuidado é pouco.
O trabalho desse mago poderoso, chamado Crestomanci, é manter o nível da magia controlado. Cada mundo precisa de sua estabilidade necessária para funcionar e para isso ele conta com diversos ajudantes. Esses mundos paralelos são o resultado da divisão de um mundo após algum fato importante ter acontecido em um e não no outro. Alguns ficam com um predomínio de magia em relação a outros e aí começa o intercâmbio mágico entre esses mundos paralelos e é nesse contexto que Crestomanci surge para avaliar.
Uma outra característica desse mago misterioso é a de que ele tem o poder de aparecer em todo lugar assim que o chamam. Então basta a menção a Crestomanci e eis que ele atenderá o chamado - isso realmente lembra-me Harry Potter.

Eis as edições desses livros:
As vidas de Christopher Chant; Conrad's Fate; Vida Encantada; Os magos de Caprona; The Pinhoe Egg; Mil Mágicas; A Semana dos bruxos.

Para a autora, Diana Winne Jones, alguns livros poderiam ser lidos preferencialmente antes de outros, mas nada que complique quem leu em uma sequência inversa de entender a história. Até porque são mundos paralelos, ou seja, tem uma certa independência um do outro.

Diana Winne Jones era uma escritora britânica popularmente conhecida pelo gênero de fantasia em seus livros. Cursou inglês em Oxford e teve como um de seus professores C. S. Lewis (autor de Crônicas de Nárnia). Parte de sua série de livros tem edição traduzida, porém uma grande parte ainda não tem versão na língua portuguesa - ou seria brasileira?! Após o sucesso de Harry Potter por toda essa questão de mundo mágico seus livros voltaram a ser comentados e ganharam uma nova repercussão. Ela criou um mundo diferente, fantástico, porém que tem situações nem tão absurdas assim.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

um cheiro de cravo e canela

Jorge Amado é considerado um dos clássicos e épicos escritores nacionais. Esse ano é o centenário do advogado e jornalista e, por isso, resolvi conferir o estilo literário dele. Como primeiro romance escolhi Gabriela cravo e canela. Uma história gostosinha, "mamão com açúcar", para encantar jovens e adultos. Uma mistura de romance, história e por que não um certo drama? São tantos livros e ainda assim escolhi o dessa "menina-mulher" como o inicial ao invés de seu primeiro, por exemplo, que foi O País do carnaval.
Em linhas abaixo procurei resumir o mínimo que Gabriela retatou nas 358 páginas da edição que li. Não mencionei nenhum outro personagem, salvo a protagonista e Nacib; não precisava de histórias a parte para aumentar o já extenso resumo do livro. Sugiro a boa e velha leitura para conhecimento e desfrute de um romance tão pequeno com tantas histórias e permeios.

Gabriela era uma mulata que viajou até Ilhéus em busca de uma nova vida. A história se passa na terra conhecida pelo cacau, a fruta que enriqueceu a pequena vila e levou o desenvolvimento e estrangeiros em um tempo em que aos homens e coronéis era quase uma obrigação ter uma amante, enquanto as mulheres eram punidas com pena de morte em caso de traição.
Nacib era um comerciante solteiro de um dos conhecidos bares locais, o Vesúvio, e com a partida de sua cozinheira foi obrigado a encontrar outra. Eis o encontro entre Gabriela ("Bié" para o patrão) e "Seu Nacib". A beleza e encanto da mulata, que tinha como cheiro uma mistura de cravo e canela, seduziram todos os homens da região, e até as senhoras admitiam a formosura da jovem, que era alegre e solta na vida.
Com receio de perder a cozinheira e a amante de todos os dias, Nacib vence seu próprio preconceito e propõe casamento à Gabriela. Erro bobo. Antes houvesse escutado Josué, que preveniu que certas rosas são vivas devido a liberdade, quando presas murcham. Descrevia "Bié" sem saber. O compromisso foi aceito por ela por gratidão e por gostar do patrão de uma forma que jamais tinha gostado de alguém. As obrigações de uma mulher casada, de alto nível, contudo, eram acima do que ela podia suportar. Isso a levou a procurar Tonico, de uma forma que a levaria a morte naqueles tempos em Ilhéus. A civilidade falou mais alto e Nacib ao invés de matar expulsou Gabriela de sua casa, do bar e de sua vida; anulou o casamento e procurou esquecê-la.
Ela, por sua vez, magoada, recusou todos os convites dos coronéis e doutores da região. Ainda pensava no "moço bonito" do "Seu Nacib". E como nada melhor que o tempo para curar feridas antigas não preciso nem dizer que após voltas e reviravoltas Gabriela volta como cozinheira do comerciante e como não poderia voltar para sua vida? Quase um conto de fadas.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Uma história com história. "Moça com brinco de pérola"

Ganhei esse livro de uma pessoa que contribui massivamente para meu crescimento profissional e intelectual. Foi uma escolha que disse-me ter sido por aparências e isso levou-me a um livro diferente. Não apresentarei um livro como outros que já descrevi aqui com romance ou suspense em excesso e claro durante todo enredo. Classificaria essa história como um drama em primeiro ponto, seguida de romance, história e de certa forma um perfil. São 239 páginas de incertezas porque em cada capítulo uma emoção predomina, mas o livro não é de chorar como o anterior.
Imagem aproximada do quadro
"Moça com brinco de pérola"

"Moça com brinco de pérola" é o título. Lembrou-me um quadro, uma pintura desde o início e fez sentido por conter partes históricas ligadas a pintura de Johanes Vermeer. A autora, Tracy Chevalier, conta a história de Griet, uma menina humilde que em meio a pobreza em que vivia com a família, e a súbita perda de visão de seu pai, é obrigada a trabalha como criada na casa de um pintor. O ofício é árduo e cansativo para uma jovem que ainda nem havia entrado na fase adulta. Em uma cidade da Holanda do século XVII com grande distinção entre nobreza e pobreza e católicos e protestantes, Griet descobre os ares e ofício das artes e se encanta pelas formas, cores e tonalidades.
Durante o enredo o foco principal é a jovem - sua religião e o interesse pela arte - e nunca algo que não a ligue estará presente. Toda a trama desenvolve-se com ela e a medida que os meses e anos passam. É realmente como uma obra de arte - bem descritiva, de forma que cada mínima mudança ganhe uma descrição e cada quadro assuma vida própria ao ser lido. O ápice e título podem ser percebidos a partir de muito antes do fim, o que torna o livro bem previsível, porém não faz diminuir o interesse pela leitura, apesar do final ser o esperado. O título também é um resgate histórico, uma vez que Vermeer realmente pintou um quadro com esse título e descrições. A história por isso torna-se uma mistura de ficção com realidade.

Tracy Chevalier: escritora norte-americana de Washington nascida em 1962. Desde jovem manifestou o desejo de ser escritora e ainda na escola compunha alguns contos. Ao obter o diploma em Estudos Ingleses dedicou o tempo livre à escrita e, assim como muitos jovens nessa fase da vida, realizou uma viagem para a Europa, mais precisamente para a Inglaterra, onde começou a trabalhar. Publicou seu primeiro romance (The virgen blue) em 1997 e foi bem recebida pela crítica e enquanto aguardava seu primeiro filho escreveu Moça com brinco de pérola (Girl with a pearl earring), de 1999. Em 2001 surgiu Falling Angels, que reafirmou seu interesse em misturar romance com história.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Romance com "Noites de Tormenta"

Em Noites de Tormenta Nicholas Sparks mais uma vez não abre mão do romantismo, da ficção e da impossibilidade de se viver um grande e perfeito amor. É um livro incrível, digno de emoções profundas e para aqueles dispostos a envolverem-se com a trama, apaixonarem-se e sentirem cada palavra e emoção contida no livro. Só o título e a capa já fornecem uma ideia amorosa. Cada palavra e capítulo nos levam a imaginar e fantasiar o enredo e querer devorar o livro, saboreando todas as letras e pontuações e fazendo com que a história ganhe vida e imaginação. Sugiro que todos leiam o livro antes do filme (que ainda não tive oportunidade de assistir).
Resumidamente Adrienne Willis é divorciada, mãe de três filhos (Matt, Amanda e Dan) e com a morte do marido de sua única filha e seu visível declínio, se vê obrigada a compartilhar um caso passado que nunca havia revelado a ninguém. Após sofrer com uma separação de Jack, que a trocou por uma mulher mais jovem, Adrienne necessita de toda a força para criar seus filhos e aos poucos reestrutura sua vida, nunca imaginando em ter outro homem presente nela. É nesse contexto que conhece o Dr. Paul Flanner em um inesperado final de semana que mudou para sempre a vida dos dois.

Nicholas Sparks é formado em Economia pela Universidade de Notre Dame e atualmente reside na Carolina do Norte. Seu primeiro livro, "The Notebook" ficou conhecido após ter os direitos vendidos para a Warner Books. Com "The last song" e "Dear John"  Sparks ficou conhecido no Brasil.
"The truth only means something when it’s hard to admit."

Uma leitura interessante!