quarta-feira, 18 de maio de 2011

Mídia Sustentável?

Debater meio ambiente parece ser uma questão batida devido a quantidade de coisas que se fala a respeito de sustentabilidade, mas não é. Discutimos o mínimo sobre uma questão tão grande e que não começou agora e nem tem prazo para acabar. Aconteceu hoje, em Vitória, um evento para discutir a cobertura do meio ambiente na mídia, com palestra de Washington Novaes.
Ações humanas geram impacto direto no meio ambiente. É certo que a temperatura do planeta está se elevando, e cada vez mais rapidamente. Ao longo desse século a previsão é que suba entre 1,4ºC e 5,8ºC, até agora já presenciamos a elevação de 0,7ºC. Tanta alteração climática acarreta drásticas consequências; entre elas o derretimento das geleiras e o aumento dos níveis dos oceanos. Para amenizar esses efeitos que acontecem atualmente, seria necessário uma diminuição de, pelo menos, 50% da poluição de forma urgente.
A China figura-se como o país mais poluidor, seguido pelos Estados Unidos. O Brasil não está muito distante no quarto lugar. De acordo com Sir Nicholas Stern,economista britânico do Banco Mundial, cada habitante brasileiro produz cerca de 11 a 12 toneladas de emissão de gases poluentes. Entretanto, o maior consumo (59%) ocorre na Amazônia devido ao desmatamento.
Atualmente, o protocolo de Kyoto é o único documento oficial a tratar da redução da emissão da poluição, mas os únicos países que o cumpriram foram Alemanha e Inglaterra. Este protocolo vence em 2012 e um novo já é discutido, porém para ocorrer a assinatura é preciso unanimidade na concordância aas cláusulas, o que não vem ocorrendo.
Nesse ponto nem a tecnologia conseguiu resolver a questão. A proposta seria a de tubos que levassem os gases para baixo da terra e dos mares. Contudo, não existe um estudo ambiental a respeito das consequências no solo diretamente e, no ecossistema marinho, biólogos são contrários por demonstrar os impactos causados na elevação do gás carbônico na composição marítima.
O correto de um modo de vida minimamente sustentável seria consumir aquilo que a biosfera é capaz de proporcionar; a isso chamamos de pegada ecológica. Hoje, consumimos cerca de 30% acima dessa capacidade, o que nos leva ao saturamento e ao que Novaes definiu como "crise do padrão civilizatório". Pense em sete bilhões de pessoas (8,5 bilhões em um futuro próximo) usufruindo, ao máximo, do planeta. Por esse ponto de vista 2012 não é tão distante assim.
Para evitar esse "esgotamento" é preciso a reformulação de alguns hábitos como as matrizes energéticas, de transporte, os padrões de consumo, construção, a conscientização da sociedade sobre como conviver em harmonia com o ambiente. A reutilização da água pela indústria, a retenção da água da chuva e o reuso da água do banho nas descargas também são importantes pontos na ideia de sustentabilidade. A palavra chave da vez é reciclar!
Segundo a Unicamp, o Brasil pode viver com 50% de consumo de energia, como na época do apagão.

Minha avaliação de palestra foi a surpresa diante de alguns dados, mas somente isso. Sinceramente, esperava algo mais impactante, o que ocorreu posteriormente no debate (que será postado em outra ocasião). Novaes prendeu-se muito na ideia dos prejuizos ambientais, o que enriqueceu a visão da devastação de forma geral, porém praticamente não aliou a mídia no contexto. Afinal eu sei, assim como muitos, que a cobertura jornalística é insuficiente nessa e em tantas questões sociais. O que eu esperava era apontar os erros de forma direta, criticar os meios, elogiar algum que porventura estivesse seguindo o caminho correto, ou ao menos ajustando a visão. Entretanto, só presenciei críticas, análises e opiniões de terceiros citados por ele e lidos em um interminável power point. É preciso ter tecnologia e, sobretudo, saber usá-la.
O título da postagem foi com a intenção de unir de forma duvidosa as duas palavras. Unir porque é o que se espera e busca e questionar devido a falta disso no jornalismo.

OBS.: O debate deixo para a próxima postagem a fim de não me estender mais nessa aqui; é muito texto.

1 comentários:

Any Cometti disse...

não só reciclar, chinete! reutilizar, reaproveitar, reinventar... são 8 R's que fazem uma diferença fantástica na saude da nossa espécie no planeta.
AMEI o texto! até anotei alguns dados que perdi por aqui!