segunda-feira, 4 de março de 2013

Reflexão com sentimentalismo, a história de Querido John



O livro Querido John pode não ser um clássico da literatura, mas me faz lembrar de alguns outros que realmente emocionam. Nicholas Sparks é um mestre nessa arte da lágrima derramada. Na verdade ele é um dos verdadeiros artistas, porque você lê, envolve-se com o enredo e com os personagens, imagina as cenas e até os aspectos de cada um e quando percebe está aos prantos porque realmente acredita naquela história. Li apenas três livros dele e hoje relato Querido John aqui segundo minha visão. Não quero subestimar opiniões profissionais e tampouco dizer que minhas colocações são estritamente verdadeiras, apenas gostaria de colocar minhas palavras e as visões que tive após ler o livro.

Tive a oportunidade de conhecer John Tyree e Savannah Lynn Curtis - os protagonistas da história - antes de qualquer trailer ou das primeiras imagens do filme em minha memória. Não fariam diferença porque confesso que o livro é infinitamente mais emocionante. Sparks descreve e analisa tão subjetivamente cada personagem que você sente cheiros e imagina assistir a história ao vivo naquele instante. Um amor que nasce do imprevisto, que floresce da amizade prova em mais uma história que amigos nem sempre precisam ser somente amigos. O que aconteceria se John e Savannah nunca tivessem arriscado? Milhões de lágrimas a menos tenho certeza.

Querido John relata um amor à distância, que se mantém ao longo do ano com a promessa de um reencontro após John servir o tempo de exército necessário. Cartas e longas declarações de amor eram trocadas com ânsia de jovens amantes apaixonados. Tudo parece bem e encaminha-se para o final feliz das histórias românticas de sucesso "Hollywoodiana", porém nesse meio tempo uma tragédia americana acontece: o atentado contra as Torres Gêmeas e o Pentágono. John como cidadão americano sente-se tocado e entende a necessidade de servir novamente pelo país, defender suas bases e ideologia. Savannah não entende essa escolha e, apesar de um amor puro e visível entre os dois, o relacionamento é interrompido. As vidas passam e o livro mostra que quando o amor é verdadeiro nunca deixa de ser sentido quando se pensa ou está com a pessoa certa.

Narrado em primeira pessoa, Querido John ainda aborda outras histórias paralelas que também compõem o enredo e fazem parte do significado do amor. Há o claro amor entre pai e filho explícito na relação de John e seu pai (que criou o filho após o abandono da mulher), além do amor fraternal, que leva Savannah a envolver-se com outra pessoa durante a história. Talvez a falha do filme tenha sido não conseguir passar a importância de todas as histórias e reflexões sobre esse sentimento. O livro é muito mais que o casal principal, ele transborda emoção. É uma leitura profunda e que merece ser feita única e exclusivamente se você tem tempo e paciência para pensar em suas atitudes e emoções. Não é somente o texto ou o contexto que encantam, são as reflexões que você pode tirar deles que transformam a história em uma narrativa única e singular.

Minha dica é ler sempre. Prefira o livro ao invés do filme, caso sua curiosidade seja muita assista, mas somente depois de apreciar a leitura porque a publicação é fantástica, ao contrário do longa metragem. Leia e envolva-se com cada um dos personagens, experimente usar sua imaginação. Você verá que com Sparks isso é possível - na verdade arrisco a dizer que é exigido. O seu subconsciente imagina as paisagens e cada cena. São inúmeros frames que passam em sua mente a cada linha. E quando a primeira lágrima cair saiba que é apenas o início, muitas outras virão. Concentre-se em continuar a viver a história e aproveite a emoção.



Nicholas Sparks viveu sua juventude na Califórnia e atualmente reside na Carolina do Norte com sua família. Em 1988 graduou-se em Economia pela Universidade de Notre Dame e seu sonho era o de ser um atleta de alto nível - sonho esse que foi abandonado após um acidente. Começou a escrever enquanto trabalhava como delegado de informação médica, e quando surge uma agente disposta a representá-lo e propõe a venda dos direitos de seu primeiro romance (Diário de uma Paixão) à Warner Books, Sparks conquista o gosto do público feminino.

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