Tirar o visto é uma verdadeira novela. Estilo Passione, com muito drama, diversão, micos e é claro mocinho e vilão. Imagina tudo isso com um grupo de bailarinas e alguns pais, a trama ganha mais sucesso, mesmo que tenha desenrolado-se em apenas dois dias. Em uma semana que a chuva parece querer mostrar sua fúria contra todos, viajamos de ônibus praticamente buscando-a. Destino: São Paulo.
A viagem de ida era marcada pela tensão e nervosismo. Não havia certeza e precisávamos ter. Somos um grupo, 20 pessoas, e se apenas um não conseguir o elo que une a todos arrebenta. Era nós e o sonho de ir ao Youth American Grand Prix (YAGP) que começava a ser realidade. A vaga conquistada em setembro de 2010 foi o início de um turbilhão de emoções, fantasias e por que não pesadelos? Tudo parecia maravilhoso exceto por um detalhe: não tinhamos o dinheiro necessário. Lutamos, trabalhamos, fizemos rifas (e ainda vendemos uma), feijoada e chá beneficentes e conseguimos as "verdinhas" para pagar o visto e a viagem até "Sampa" para tentar tirá-lo. Agora que voltamos de lá, acho que arrecadar o que precisávamos foi a parte mais fácil.
Fila, muita fila foi o que encontramos no consulado. Era uma missão fácil enfrentá-la. Pré-entrevista, digitais e a entrevista final. Se por um lado estávamos doloridas do transporte, por outro pensávamos e torcíamos para todos conseguirem o positivo do cônsul. Marcela foi a primeira do grupo a conseguir devido a avó que estava com ela e era prioridade (maior de 65 anos), mas tudo começou mesmo foi com Alessandra que ao fazer o sinal de ok para nós fez Lili chorar (novidade). Aos poucos todos saiam abertamente felizes. E nesse tempo Lara quase levou um tombo na hora de sentar fora do banco seguindo a almofada. Laysla, coitada, foi a "bombardeada" a que nunca saía do guichê e nos fazia ficar tensas até que ... ah tudo certo! Uma a uma todos fomos conseguindo. Alguns sozinhos e outros com os pais, mas o mais importante: todos com o visto.
Na volta todos contavam a novidade a seus familiares. Sorrisos, brincadeiras e o pensamento "in New Yoooork" que agora está mais perto que nunca. Finalmente na parada o tão sonhado banho e casa, casa, casa.
E para os que acham que vida de bailarina é fácil não é. Após duas noites de pouco conforto e sono irregular, adivinhem. Temos aula e ensaaaaios, mas e daí? A gente quer é dançar, a gente quer YAGP!
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