Não existe nada mais aterrorizante para uma bailarina que as férias. É um período de descanso que o corpo ganha um ócio e uma preguiça que chega ser impossível descrever. São nesses dias, ou semanas, de descanso que sentimos as dores do trabalho intenso de meses a fio. É aí que paramos para tratarmos nossos pés calejados que tem mais bolhas e cascas que vestígios de pele saudável. Esta última, aliás, também já não estava mais tão visível em meu joelho; em seu lugar marcas adquiridas nas últimas coreografias. Livres, despojadas, diferentes dos clássicos comuns, mas tão malucas quanto.
Dina Nina, famosa personagem bailarina. |
Chega então o dia seguinte, ou melhor, a manhã seguinte. Normalmente é uma dor que não há como descrever. Reflexo e lembrança dos músculos parados, mas quem liga? Já pensamos no hoje, amanhã e depois. Acordamos prontas para a próxima aula, ensaio, apresentação e se alguém nos perguntar como estamos tenho certeza que por mais dolorida que estivermos responderemos "bem". Entretanto essa é a nossa profissão, realização e dedicação. Não ligamos se não temos unhas, pele ou calcanhares, o importante é dançar!
1 comentários:
Lindo, Chininha! Seu texto desenhou um filme na minha cabeça e fiquei imaginando esse redespertar dos movimentos.
^^
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